metropoles -31/05/2025 18:45
O projeto de lei (PL) que torna obrigatório o exame toxicológico para quem busca a primeira habilitação (CNH) nas categorias A (motos) e B (carros) originalmente tratava do uso do valor arrecadado com multas de trânsito para custear a carteira de habilitação de pessoas de baixa renda.
De autoria do líder do governo na Câmara dos Deputados,
deputado José
Guimarães (PT-CE), o texto foi apresentado em 2021. Citando a desigualdade
social no país, Guimarães justificou que o custo final para o candidato à CNH
se aproxima de R$ 2,5 mil, “valor que transforma o direito de dirigir em um
distante sonho”, argumentou.
O PL iniciou a tramitação na Câmara, passou pelo Senado e
voltou para a avaliação dos deputados. Aprovado
na última quinta-feira (29/5) pela Câmara em votação final, o texto agora
aguarda sanção presidencial.
O trecho relativo ao exame toxicológico para condutores que
não irão atuar no transporte profissional foi incluído na forma de emenda pelos
senadores e tem por objetivo detectar o uso de substâncias psicoativas.
Portanto, se o texto sancionado pelo presidente Lula (PT), passará a
ser exigida a comprovação de resultado negativo em exame toxicológico para
condutores das categorias A e B.
Atualmente, o Código de
Trânsito Brasileiro só prevê essa exigência para a obtenção e a
renovação da CNH para os condutores das categorias C (veículos de carga com
peso bruto total superior a 3,5 mil kg, como caminhões, caminhonetes e vans de
carga), D (veículos de transporte de passageiros com lotação superior a 8
lugares, excluindo o motorista, como ônibus, micro-ônibus e vans de passageiros)
e E (veículos que se enquadram na categoria C ou D, além de combinações de
veículos, como caminhões com reboque ou ônibus com carroceria articulada).
Entenda
Redação final do projeto
enviado à sanção altera o Código de
Trânsito Brasileiro (CTB), para permitir que os recursos arrecadados com
multas de trânsito sejam aplicados no custeio da habilitação de condutores de
baixa renda e também amplia a exigência de exame toxicológico.
Hoje, apenas motoristas profissionais
(categorias C, D e E) precisam comprovar resultado negativo em exame
toxicológico para obter e renovar a CNH.
Projeto, se sancionado pelo
presidente da República, vai incluir essa obrigação também para motoristas de
carros de passeio e motociclistas.
Deputados estimaram que a exigência do exame fará com que
quem tira a primeira habilitação tenha de pagar entre R$ 110 e R$ 250 a mais no
processo.
Transferência eletrônica de veículos
O projeto também permite a transferência de veículos
integralmente por meio eletrônico. Ou seja, mesmo sem a necessidade de que a
transação passe por cartórios, fica exigida a comprovação da compra e venda
assinada digitalmente.
A transferência deve ocorrer em plataformas dos
Departamentos de Trânsito (Detrans) ou da Secretaria Nacional de
Trânsito (Senatran).
A previsão quanto à transferência eletrônica havia sido
retirada pelo relator Alencar
Santana (PT-SP). A oposição, entretanto, apresentou destaque para retomar a
precisão no texto.