ilha de noticias -12/01/2022 01:23
Apesar do período chuvoso, o volume de chuva vem ficando
abaixo da média e a recuperação do reservatório da usina de Ilha Solteira é
lenta e ainda crítica. O nível se mantém próximo do registrado em outubro, auge
da seca.
O reservatório de Ilha Solteira foi o primeiro do país a
atingir o volume morto, marca alcançada em 14 de setembro. Desde então, o
Operador Nacional do Sistema (ONS), que monitora a situação dos reservatórios
no Brasil, vem indicando o nível em 0%, relacionada ao uso da Hidrovia Tietê Paraná,
paralisada desde agosto.
Já no portal da Agência Nacional de Águas (ANA), é possível
ver o nível em relação a operação da usina de Ilha Solteira. Quando o volume
atinge 0%, ele chega a cota 323, marca que não prejudica a produção de energia.
Mas a situação piora à medida que se aproxima da cota 318, quando a produção
pode ser desacelerada ou até paralisada.
Nesta terça-feira (11), o nível estava na cota 319,82, o que
significa que o reservatório está operando em 53,59% negativo. Em 28 de
dezembro, a cota estava em 319,44 (- 59,47%).
Entre outubro e dezembro, o volume chegou a aumentar, mas
não o suficiente para deixar a situação crítica. Na segunda quinzena de
dezembro ele voltou a subir, mas como o volume de chuva é insuficiente, a
recuperação é lenta.
Volume
O volume útil de uma usina é como uma caixa d'água. Quando ele acaba, perde-se
a capacidade de regular o armazenamento. Ou seja, o sistema fica mais
vulnerável em períodos longos de estiagem, como o que vem ocorrendo. Quando
isso acontece, a usina passa a funcionar a fio d'água. A água que entra logo é
processada e sai.
A queda no volume já prejudica a navegação na hidrovia
Tietê-Paraná, que foi interrompida devido ao baixo nível da água. Outro setor
atingido é o turismo. Nas praias de Ilha Solteira, o banho é considerado
impróprio e até perigoso, devido a grande quantidade de lama na margem.
O próximo setor atingido pode ser o de geração de energia,
se o cenário não mudar.