r7/estada -16/11/2020 20:53
A média diária de novas internações ligadas à covid-19 em São Paulo
subiu 18% na última semana, segundo dados divulgados na tarde desta
segunda-feira (16), em coletiva de imprensa. Com o aumento, o governo João
Doria (PSDB) decidiu adiar em duas semanas a reclassificação do Plano São
Paulo, que colocaria quase 90% do Estado na fase verde, de maior flexibilidade
da quarentena e de reabertura econômica. A média aumentou de 859 novas
internações diariamente, na penúltima semana, para 1.009 na semana passada. O
número é o maior registrado nas últimas cinco semanas epidemiológicas, ou seja,
desde a primeira semana de outubro.
Já os dados parciais de óbitos (média de 88 por dia) e casos
(média diária de 3.664) são os mesmos da semana anterior. Eles ainda dependem
de consolidação, pois foram prejudicados por uma pane
na plataforma do Ministério da Saúde nos últimos dias.
Com a decisão, o novo anúncio de reclassificação do Plano
São Paulo foi transferido desta segunda-feira para 30 de novembro, um dia após
o segundo turno das eleições. "O momento requer uma precaução para uma
análise mais completa, para proteção da população, cautela e cuidado",
justificou Doria.
De acordo com a secretária estadual de Desenvolvimento
Econômico Patricia Ellen, o aumento no número de internações na última semana
variou individualmente entre 14% e 19% nos diferentes hospitais, tanto na rede
pública quanto privada.
O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, destacou
novamente que o Estado ainda está em quarentena. "Essa medida visa não só
a transparência, mas, principalmente, a segurança da população. Para que haja
uma maior análise dos índices da saúde, de forma cautelosa", disse.
"A maior circulação de pessoas no faseamento verde poderia trazer
problemas."
Ele destacou que a população deve temer o contágio e a
transmissão do novo coronavírus e que, portanto, precisa manter as medidas de
prevenção, como o distanciamento social, o uso de máscaras e a higiene das mão.
"Se nós tivermos índices aumentados, seguramente medidas mais austeras e
restritivas serão tomadas", alertou.
"Reforço que não estamos no nosso normal, e sequer no
nosso novo normal", comentou. Segundo ele, pelo número de leitos
disponíveis, "qualquer variação nesse momento continua sendo
pequena", mas, mesmo assim, "é merecedora de uma atenção".
Alerta semelhante foi feito pelo coordenador executivo do
Centro de Contingência da Covid-19, João Gabbardo, o qual destacou que ainda
não é o momento para a realização de festas e celebrações, como ele tem
testemunhado em registros publicados nas redes sociais.
Além disso, manifestou preocupação com as possíveis aglomerações
que serão registradas nas festas de fim de ano. "Nós ainda não dominamos
esse vírus, não temos ainda o controle absoluto sobre essa pandemia",
reiterou.