noticias ao minuto -17/07/2020 14:56
Barcelona ordenou hoje o confinamento de 4 milhões de
pessoas devido ao aumento de casos de covid-19, um endurecimento de medidas que
vários países europeus estão também adotando face à ameaça de uma segunda onda.
Segue-se uma lista de países europeus onde foram tomadas
medidas mais restritivas devido ao aumento de novos casos de infecção pelo novo
coronavírus.
ESPANHA
Quase 4 milhões de habitantes da área metropolitana de
Barcelona (nordeste de Espanha) foram hoje aconselhados pelo governo regional
catalão a "ficar em casa", saindo apenas para necessidades básicas,
devido ao aumento de casos.
Nas últimas 24 horas, segundo o Departamento de Saúde
catalão, foram notificados 1.111 novos casos na Catalunha, dois terços (772)
dos quais na área metropolitana de Barcelona.
As autoridades regionais decidiram também encerrar cinemas,
teatros e discotecas, limitar a 50% a capacidade dos bares e restaurantes,
proibir reuniões de mais de dez pessoas e visitas a lares de idosos.
As medidas são aplicadas dois dias depois de as autoridades
da Catalunha terem voltado a impor o confinamento aos habitantes da cidade de
Lérida e municípios vizinhos, abrangendo um total de cerca de 250.000 pessoas.
Várias regiões espanholas, incluindo a Catalunha, reforçaram
o uso obrigatório de máscara, alargado a todos os espaços públicos, mesmo que
ao ar livre e quando haja distanciamento social. Apenas Madrid, Ilhas Canárias
e Valência não impõem o uso de máscara em todas as situações.
PORTUGAL
Um surto na área metropolitana de Lisboa levou as
autoridades a decretar, a 1 de julho, medidas especiais de confinamento em 19
freguesias de cinco concelhos, vigentes pelo menos até ao fim de julho.
Os habitantes são aconselhados a permanecer em casa, saindo
apenas para trabalhar, fazer compras, praticar desporto ou prestar auxílio a
familiares e os ajuntamentos estão limitados a cinco pessoas.
Naquela data, a região de Lisboa e Vale do Tejo registravam
quase 70% dos novos casos infecção no país, com 218 das 313 infecções
reportadas nas 24 anteriores.
REINO UNIDO
A 29 de Junho, o governo britânico voltou a impor o
confinamento na cidade de Leicester (centro de Inglaterra), fechando lojas não
essenciais devido a um surto local de casos covid-19, medidas que Londres prevê
aliviar a 24 de julho.
A partir de 24 de julho, em toda a Inglaterra, o uso de
máscara passa a ser obrigatório nos estabelecimentos comerciais, como já
acontece na Escócia.
O governo encorajou contudo hoje os britânicos a retomar os
transportes públicos e regressar ao trabalho a partir de 1 de agosto, dizendo
que espera um "regresso ao normal" até ao final do ano.
IRLANDA
O país tinha previsto reabrir todos os bares e 'pubs' a 13
de julho, mas anunciou na quinta-feira o adiamento da fase final de
desconfinamento para 10 de agosto para evitar um aumento dos contágios.
Os ajuntamentos estão limitados a 50 pessoas dentro de casa
e 200 ao ar livre, e o uso de máscara é obrigatório nas lojas.
Números oficiais, de quarta-feira, registram 25.683 casos
(mais 14 desde a véspera) e 1.748 mortes (mais duas) no país, não apontando
para um aumento significativo dos casos, mas o governo justifica o adiamento
com a necessidade de "proteger os progressos" alcançados em face de
"preocupações muito reais de um aumento" das infecções.
FRANÇA
Na França, a partir da próxima semana, todos os
estabelecimentos abertos ao público, "em particular as lojas", ficam
obrigados ao uso de máscara.
Em seis municípios do departamento de Mayenne (oeste), que
registrou vários surtos de covid-19 e ultrapassou o limiar de alerta com 50,1
novos casos por 100.000 habitantes em sete dias, o uso de máscaras é
obrigatório desde quinta-feira em locais públicos fechados.
Na região de Paris, o ministro da Saúde, Olivier Véran,
advertiu que foram sinalizados "sinais fracos de recomeço" da
epidemia, apelando à "vigilância" dos franceses.
BÉLGICA
Desde 11 de julho, o uso de uma máscara, até então
obrigatório apenas nos transportes públicos, passou a ser obrigatório para
qualquer pessoa com 12 anos ou mais em locais públicos fechados como lojas,
cinemas, bibliotecas ou locais de culto.
A Bélgica, que registra uma das mais elevadas taxas de
mortalidade por covid-19 (845 mortes por milhão de habitantes), anunciou hoje
um aumento de 32% da média diária de novas infecções entre 7 e 13 de julho,
quando comparada com a semana precedente.
ALEMANHA
As autoridades federais e regionais alemãs decidiram na
quinta-feira adotar "medidas direcionadas" para enfrentar os surtos
localizados de covid-19, com medidas de quarentena e de encerramento limitadas
ao foco em causa, e não a todo o distrito.
As medidas preveem também a proibição de viagens nos locais
onde haja surtos, enquanto houver aumento do número de infecções ou não houver
certeza de que todas as cadeias de transmissão estão controladas.
A Alemanha, menos afetada pela pandemia que os países
vizinhos, justifica as medidas com a necessidade de evitar uma segunda onda,
depois de um surto num matadouro, que infectou 1.500 trabalhadores, ter levado,
em junho, ao confinamento de milhares de pessoas nos distritos de Gütersloh e
Warendorf, restrições entretanto levantadas.
O novo coronavírus, surgido em dezembro na China, já fez
mais de 590 mil mortos. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da
pandemia, em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos
confirmados e mais mortes.