r7 -24/06/2020 20:12
O Secretário de Estado da Educação de São Paulo, Rossieli
Soares, anunciou nesta quarta-feira (24) as regras para o retorno às aulas
presenciais. A data prevista para as escolas voltarem a receber alunos é o dia 8
de setembro, conforme antecipou a Record TV e o R7 mais
cedo, com rodízio de estudantes na primeira etapa.
Durante a apresentação do plano de retorno, o secretário informou que estudantes do ensino médio poderão optar por um quarto ano, como um reforço para os vestibulares e Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). As aulas devem voltar de maneira gradual de acordo com o plano apresentado pelo governador João Doria (PSDB).As normas valem para a rede pública e particular de todo o estado e também para todos os níveis, da educação infantil até ensino superior. A educação complementar, como cursos livres e de línguas, também entra nesse plano de ação.
A retomada será realizada em três etapas. Na primeira fase,
serão atendidos 35% dos alunos, preservando distanciamento de 1,5 m entre eles.
Na etapa 2, 70% e, por fim, o chamado "novo normal".
As condições de retorno da educação para reabrir as escolas
são: todas as diretorias regionais de saúde têm de estar na fase amarela. Na
etapa 2, 60% dos departamentos regionais de saúde devem estar, por 14 dias, na
fase 4 (verde). Na etapa 3, 80% das diretorias regionais de saúde precisam
estar, por 14 dias, na fase 4 (verde). O retorno não será regional, apenas para
as atividades laboratoriais.
"Só vamos voltar de acordo com as orientações da Saúde
e que tenhamos segurança para o estudantes e também para toda a comunidade escolar",
destacou Rossieli Soares.
As escolas devem adotar o ensino remoto combinado com o retorno gradual das atividades presenciais. O protocolo detalhado, com as orientações de higienização e saúde, deverá ser apresentado na primeira semana de julho.
Rigidez com higiene
No retorno, as entradas e saídas dos alunos deverão ser
organizadas para evitar aglomeração e fora de horário de pico principalmente do
transporte público. As atividades devem ser realizadas ao ar livre e o recreio,
em revezamento de turmas. A educação física também deverá manter o
distanciamento e cuidado com a higienização dos equipamentos.
Todos deverão usar máscaras, tanto estudantes como
funcionários. A Secretaria de Educação informa que máscaras deverão ser
distribuídas no retorno. Cada aluno e cada profissional deve ter uma caneca
para tomar água, já que os bebedouros coletivos serão vetados.
É necessário que as escolas façam a higienização das salas
de aula e as superfícies que serão tocadas pelos alunos. As famílias deverão
ser informadas sobre o calendário de retorno e os protocolos de higiene com, no
mínimo, 7 dias de antecedência.
As aulas deverão ser realizadas com as portas abertas e o espaço ventilado. O atendimento aos familiares deverá ser realizado via meios digitais.
Uma das recomendações da secretaria é que seja feita a
aferição da temperatura dos estudantes e profissionais na entrada da escola.
Não será permitida a permanência de pessoas sintomáticas para a covid-19 na
instituição de ensino.
Ao mesmo tempo, pais e responsáveis devem aferir a
temperatura dos estudantes antes de irem para a instituição. Caso um aluno
apresente febre, o isolamento será realizado até que um responsável possa
buscar na escola. Todos aqueles que fazem parte do grupo de risco devem ficar
em casa.
"Vamos trabalhar em conjunto para que nenhum aluno
fique para trás e, por isso, trabalharemos em três fases: acolhimento
sócio-emocional, recuperação — identificar em que nível estão — e
prevenção do abandono e evasão escolar, o que mais preocupa neste
momento", afirmou Rossieli. A secretaria também deve fazer a busca ativa
de estudantes.
O governo paulista também informou que o plano de
recuperação deverá seguir até 2022, com material didático pensando no modelo
híbrido, com aulas online e presenciais. "Há um impacto muito claro na
educação. Até o final de 2022, é quando imaginamos que conseguiremos equilibrar
a questão do aprendizado e, claro, o papel do professor é insubstituível",
afirmou Rossieli.
As regras para a educação infantil ainda não foram
definidas. "Temos preocupação de que voltem, mas que os protocolos sejam
rígidos para proteção de todos", observou Rossieli.
Para o transporte escolar está previsto um afastamento entre
os estudantes, possivelmente intercalando as cadeiras.