sidnei ferreira -08/01/2021 15:18
Um grupo de aproximadamente 30 mulheres vai buscar na
Justiça por seus direitos trabalhistas. Elas eram contratadas da empresa
Liliane de Andrade Balderramas - ME que prestava serviço à Prefeitura de Nova
Independência. Todas foram dispensadas sem receber férias, 13º e o salário do
mês de dezembro. Uma outra está sem salário desde agosto.
O contrato entre a Prefeitura e a empresa havia sido
assinado em fevereiro de 2016, mas foi reincidido no dia 15 de dezembro 2020,
conforme publicação em Diário Oficial. Exatamente um mês após a então prefeita
Thauana Duarte perder as eleições. Embora o governo municipal tenha pago tudo o
que devia a tal empresa o mesmo não ocorreu entre a empresa e as mulheres
contratadas a mando da prefeita.
“Eu mesma fui contratada pela Thauana”, afirma Neuza
Carmona. “A gente tinha procurado ela pra resolver isso antes mesmo dela ter
saído da prefeitura, mas ela nos ignorou e até bloqueou meu celular para não
receber minhas mensagens. Fomos todas enganadas”, diz a trabalhadora.
Contratadas para serviços gerais, as mulheres eram
responsáveis por toda limpeza das escolas, seja sala de aulas, sala dos
professores, banheiro e pátio. Além de preparar o café e lavar os pratos onde
as crianças comiam.
Silvana Pereira de Lima trabalhou 4 anos e 10 meses para o
mesmo grupo. Nos primeiros três anos recebia de forma regular o salário e o 13º
sempre dividido em três vezes. Mas a maior surpresa dela foi descobrir que a
empresa nunca recolheu o INSS, embora tivesse os referidos valores descontados
em seu holerite.
“Quando fui na Caixa Econômica Federal buscar os extratos
pra levar ao meu advogado eles me falaram que nem era registrado e nem tinha
nada para receber. Fui surpreendida quando me informaram que esta empresa
(Liliane de Andrade Balderramas – ME), nem existe para a Caixa”, lamentou
Silvana. Ela confessou estar passando por dificuldades e que sua situação só
não está pior pois recebe apoio da família. Assim como as colegas, também está
sem salário de dezembro, 13º e o acerto da rescisão.
Adriana Lino da Silva Felizardo é outra que sofre o descaso
dessa empresa. Sem contar que corre risco de ser despejada. “Eu pago R$ 550,00
de aluguel e não tenho de onde tirar esse dinheiro. Sou sozinha e ainda cuido
de um neto”, declara ela que recebia um salário mínimo. Silvana relata ainda
que acordava todos os dias 5 horas da manhã para ir ao trabalho. Foi um tempo
de sacrifício, mas que tinha como propósito sustentar a casa. Porém, não
esperava que passaria por isso.
Situação pior é a de Ana Lourdes Dias. Está desde agosto sem
receber o salário, bem como todos os outros benefícios trabalhistas. Ela conta
que já estava afastada do serviço por ter sofrido um infarto e ter ficado uma
semana internada na UTI. Mesmo assim não recebeu qualquer tipo apoio.
Quando decidiu ir pessoalmente na sede da empresa, em
Dracena, buscar por seus direitos, Ana Lourdes teve uma surpresa ainda mais
desagradável: “A empresa não existia no endereço que constava no holerite. Era
casa de uma senhora que morava lá há 18 anos”, espantou-se.
A reportagem do site URUBUPUNGÁ NEWS tentou por
cinco vezes ligar nos telefones dos responsáveis da empresa e não obteve
resposta. O caso será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho.