Privatização da ferrovia N.O.B. nada melhorou

noroeste rural -30/04/2020 10:57

A região Alta Noroeste tem dois exemplos de privatização. Um deles foi a ferrovia N.O.B – Noroeste do Brasil, com mais de 2.000 quilômetros entre Bauru (SP) e Corumbá (MS).

Em 1996 o Governo Federal decidiu privatizar a estrada de ferro, porque na gestão pública ela não gerava recursos para sua restauração. Venceu a empresa Novoeste, constituída com domínio de empresariado nacional. A estrada continuo se deteriorando, com pelo menos um descarrilamento por dia devido a falta de conservação dos trilhos.


Em 2002 assumiu a concessão outra empresa: a ALL – América Latina Logística que também prosseguiu com a política apenas de destruição da infra-estrutura. Na década de 2010 ela se destacou como uma das empresas ferroviárias mais lucrativas e eficientes do Brasil ( noticiário nacional confirma ). Bom para os empresários, péssimo para o Brasil.

Em abril de 2015 a concessão passou para o domínio da RUMO S.A., uma empresa do Grupo Cosan que inclusive está em Andradina e Mirandópolis, como dono das usinas de álcool GASA e Alcomira. A Revista Exame, respeitada publicação nacional de economia, escreveu que o novo dono o empresário Júlio Fontana declarou : “A empresa está tecnicamente quebrada. Acabou a fase do “me engana que eu gosto”.

E a realidade não mudou muito até agora. Faz mais de 40 dias que o transporte pesado de locomotivas não se realiza entre Bauru e Campo Grande, porque um trecho da estrada foi destruído pela erosão na região central do Estado de São Paulo. E o cenário é de total abandono. Trechos urbanos sem manutenção, estações históricas se desmanchando e os trilhos apodrecendo.

Nenhum deputado tanto Estadual como Federal se interessou até hoje para fiscalizar essa concessão e ver até que ponto a falta de investimentos não ocorrer por absoluta inoperância do Governo e dos organismos reguladores do Estado.