r7 -02/07/2021 12:54
Sha'Carri Richardson, corredora da equipe dos Estados Unidos
dos 100 metros, testou positivo para maconha. Com isso, é improvável que ela
tenha a chance de disputar o ouro nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, que começam
no próximo dia 23. De acordo com uma fonte do caso, o resultado positivo veio
na seletiva olímpica americana, que ocorreu entre os dias 18 e 27 de junho, em
Eugene, no estado do Oregon.
O jornal jamaicano Gleaner foi o primeiro a dar a notícia na
noite de quinta-feira. Richardson se colocou como forte candidata a conquistar
uma medalha de ouro ao vencer a prova dos 100 metros com o tempo de 10s86, uma
de suas cinco corridas abaixo dos 11 segundos nessa temporada.
Isso causaria a desclassificação da atleta da seletiva e,
portanto, seus resultados seriam apagados. Uma outra fonte afirmou que Jenna
Prandini, quarta colocada na prova, teria sido chamada para correr os 100
metros em Tóquio. Até o momento, nenhum órgão ou pessoa relacionada ao caso
decidiu se pronunciar. Somente a própria Richardson fez um post misterioso no
Twitter dizendo que "eu sou humana" e depois deu entrevista ao Today
Show, da emissora americana NBC. "Eu sei o que fiz. Eu sei o que devo
fazer. Eu ainda tomei essa decisão", afirmou.
A maconha é proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada,
na sigla em inglês). Porém, se os atletas provarem que a ingestão da substância
não teve relação com sua performance esportiva, a punição é reduzida de quatro
anos para três meses. Além disso, a suspensão pode cair para apenas um mês se o
competidor em questão estiver disposto a passar por um programa de tratamento
aprovado, junto com a organização nacional antidoping.
O tema começou a ser discutido nas redes sociais, causando
argumentos a favor e contra a atleta. Enquanto alguns pensam que a corredora
deveria se submeter às regras internacionais, outros defenderam Richardson,
dizendo que a maconha é aprovada em mais de 19 estados americanos, incluindo o
Oregon, onde aconteceu o doping. Ainda não existem provas de que a cannabis
aumenta a performance dos atletas, apesar de ser uma substância proibida pelos
órgãos responsáveis.
Em Tóquio, Richardson esperava ser a primeira mulher
americana a vencer os 100 metros de uma Olimpíada desde Gail Devers, em
Atlanta-1996. Em abril, a texana atingiu a marca de 10s72.
Para tentar manter a sua vaga nos Jogos, a corredora tem
duas alternativas: recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em
inglês), que pode entender que a pena foi muito dura e reduzi-la ou até
retirá-la, ou torcer para que uma punição de 30 dias a partir do momento da
infração que a permita participar do revezamento 4x100 metros, marcado para o
dia 6 de agosto. No entanto, ela precisaria ser selecionada pela equipe de
atletismo dos Estados Unidos.