r7 -20/07/2021 18:34
A seleção brasileira feminina de futebol enfrenta a China às
5h (de Brasília) desta quarta-feira (21) dando início à aventura do Brasil
nos Jogos Olímpicos de Tóquio
2020. Nunca a equipe feminina do Brasil chegou tão preparada para ganhar
uma Olimpíada como agora. Em busca da medalha inédita, a CBF (Confederação
Brasileira de Futebol) contratou há dois anos uma especialista em títulos, a
técnica sueca Pia
Sundhage, que tem no currículo duas medalhas de ouro e uma de prata em
Olimpíadas.
Veja os jogos da 1ª rodada do futebol feminino
Quarta-feira (21) - Horários de Brasília
4h30 - Grupo E: Grã-Bretanha x Chile
5h00 - Grupo F: China x Brasil
5h30 - Grupo G: Suécia x EUA
7h30 - Grupo E: Japão x Canadá
8h00 - Grupo F: Zâmbia x Golanda
8h30 - Grupo G: Austrália x Nova Zelândia
O Brasil fez uma preparação minuciosa de 20 dias em Portland
(EUA) e chega forte para brigar pelo título inédito. O futebol feminino entrou
para o calendário olímpico nos Jogos de Atlanta 1996, e nestas sete edições, o
Brasil foi duas vezes medalha de prata (2004 e 2008), três vezes quarto lugar
(1996, 2000 e 2016) e em 2012 caiu nas quartas de final.
Durante muitos anos as jogadores do futebol feminino
encaravam competições como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos como a única
forma possível de valorizar o esporte. Colocavam tanta pressão na necessidade de
um título que acabavam derrotadas pelo próprio psicológico. Assim perderam duas
finais seguidas para as norte-americanas na prorrogação, em Atenas e Pequim. Na
Olimpíada do Rio 2016, a pressão de jogar em casa pesou na disputa por pênaltis
na semifinal contra a Suécia. E, mais uma vez, nada de medalha.
O futebol feminino do Brasil seguiu crescendo assim mesmo
com a criação de um campeonato nacional, a participação das equipes em
competições como a Libertadores e a transferência de várias jogadoras para o
futebol europeu ou dos Estados Unidos. Com a chegada de Pia Sundhage, a equipe
passou a tratar mais a sua autoconfiança.
"Temos uma arma na mão, uma técnica muito experiente em
Olimpíada e Mundial", disse a atacante Debinha. "Ela conhece muito
bem o que é jogar essa competição e enfrentar grandes equipes. Estamos em
ótimas mãos."
Sem depender de Marta e Formiga
Pia aprendeu a cantar músicas brasileiras, se adaptou bem ao
país e passou a tirar da seleção brasileira o peso de depender tanto das
experitentes Marta (35 anos) e Formiga (43).
Nos 18 jogos sob o comando da treinadora, o Brasil obteve 11 vitórias, 5
empates e 2 derrotas, com 49 gols marcados e 8 gols sofridos. A artilheira da
Era Pia é a atacante Debinha, com 11 gols, seguida por Bia Zaneratto, com 5.
Marta, por exemplo, fez apenas dois gols.
"Sabemos das dificuldades, mas poder representar o
Brasil numa Olimpíada é sempre uma responsabilidade muito grande. E uma medalha
de ouro vai ser muito importante para a evolução do esporte por aqui",
comentou Marta ainda durante a fase de preparação.
Para Pia, o Brasil precisa de novas jogadoras. Na Olimpíada,
ela promove uma mescla de gerações e conta com nove estreantes no grupo de 22
jogadoras. "Precisamos de novas jogadoras. Porque depois disso, vamos ter
Copa América, Copa do Mundo, outras olimpíadas e assim por diante. É importante
apoiar as mais jovens. Elas terão grande futuro", afirmou.
"Marta é uma jogadora fantástica, mas ainda assim, ela
precisa de um time", afirmou a treinadora.
'Chorar no começo'
Na última Copa do Mundo, em 2019, Marta desabafou após a
eliminação do Brasil nas oitavas de final para a França. "É isso que peço
para as meninas: não vai ter uma Marta para sempre, não vai ter uma Formiga
para sempre, não vai ter uma Cristiane para sempre. O futebol feminino depende
de vocês! Valorizem mais! A gente tem de chorar no começo para sorrir no fim.
Querer mais, se cuidar mais, estar pronta para jogar 90 minutos e mais
30".
Entre os destaques dessa nova geração estão a zagueira Bruna
Benites, de 26 anos, a volante Julia Bianchi, 23, e as atacantes Geyse, 23, e
Giovanna Queiroz, de apenas 18 anos, que tem de idade o que Marta tem de anos
de seleção.