gazeta esportiva -24/11/2019 16:44
O histórico ano de 2019 do Flamengo, que neste sábado se
sagrou bicampeão da Copa Libertadores ao vencer o River Plate por 2 a 1 em Lima
e está a um passo de conquistar o Campeonato Brasileiro, não seria explicado
sem a chegada do técnico português Jorge Jesus.
Aos 65 anos, Jorge Fernando Pinheiro de Jesus, mudou
completamente o rumo do time rubro-negro, quando aterrissou em junho no Rio de
Janeiro para substituir Abel Braga, que não conseguia traduzir em vitórias o
grande investimento que foi feito este ano pela diretoria para formar uma
equipe campeã.
Com um currículo discreto como jogador profissional, tendo
atuado em equipes modestas de seu país, Jorge Jesus demorou a se destacar como
técnico. Ele começou sua carreira ascendente no futebol amador, em 1989, até
chegar ao poderoso Benfica em 2009.
Depois de seis anos comandando ‘As Águias’, com as quais
conquistou três campeonatos nacionais e uma Copa de Portugal, em junho de 2015
anunciou sua saída do clube para comandar seu grande rival da cidade, o
Sporting de Lisboa, onde trabalhou durante três anos e com o qual conseguiu
conquistar uma Supercopa portuguesa.
– Referência de estilo –
Na hora de jogar, Jorge Jesus tem duas referências: o Milan
de Arrigo Sachi do final da década de 1980, por sua tática, e o Barcelona de
Johan Cruyff dos anos 90, por seu futebol ofensivo e vistoso.
Com um 4-1-3-2 como sistema favorito, Jorge Jesus conseguiu tirar o melhor de
seus jogadores, principalmente de Gabigol e Bruno Henrique, que chegaram um
pouco desvalorizados e se tornaram as duas referências do ataque rubro-negro.
As boas atuações levaram os dois a serem convocados para a seleção brasileira, além de Gérson e Vitinho, que voltaram após uma passagem sem brilho na Europa mas que o português conseguiu recuperá-los e levá-los de volta ao melhor nível.
Jorge Jesus se tornou o segundo técnico europeu a conquistar a Libertadores, depois que o croata Mirko Józic levou o chileno Colo Colo ao título em 1991. Ele é também o segundo treinador estrangeiro que poderá conquistar o Brasileirão, algo que só o argentino Carlos Volante conseguiu em 1959, comandando o Bahia.