EFE -09/08/2021 13:15
A velocista bielorrusa Krystsina Tsimanouskaya, que deixou o
Jogos Olímpicos de Tóquio por enfrentar ordens de técnicos e dirigentes
compatriotas, colocou em leilão nesta segunda-feira (9) uma medalha que
conquistou, para arrecadar fundos e apoiar atletas de Belarus.
Tsimanouskaya postou a oferta, que tem nove dias de duração,
no portal ebay. Trata-se da medalha de prata que conquistou na prova dos 100
metros rasos dos Jogos Europeus, realizados em 2019. O valor inicial é de 17
mil euros (R$ 104,7 mil).
A Fundação de Solidariedade Esportiva Bielorrussa, que
apoiou a velocista de 24 anos na decisão de abandonar a equipe nacional, deixar
os Jogos e viajar para a Polônia, confirmou em comunicado a decisão da
velocista de leiloar a medalha.
"Em apoio aos atletas que sofreram com as ações do
regime de (Aleksander) Lukashenko", diz o texto, em referência ao atual
presidente de Belarus.
Na última quinta-feira, o Comitê Olímpico Internacional
(COI) retirou as credenciais de dois dos técnicos da equipe bielorrussa de
atletismo Artur Shimak e Yury Maisevich, acusados de terem coagido
Tsimanouskaya. A velocista, que disputaria os 200m rasos, afirma ter recebido
ordem de voltar ao país de origem, em 1º de agosto, após reclamar em público de
ordem que recebeu de mudar de prova e participar do revezamento 4x100.
No aeroporto de Haneda, em Tóquio, a que foi transportada,
com o objetivo de tomar um voo de volta ao país de origem, a velocista pediu
proteção a policiais japoneses, segundo explicou em declarações à emissora de
televisão "NHK".
O Comitê Olímpico de Belarus, presidido por Viktor
Lukashenko, filho do presidente do país, garantiu em comunicado que a velocista
teve que suspender a participação nos Jogos por decisão dos médicos, devido ao
"estado emocional e psicológico" que apresentava. Por sua vez,
Tsimanouskaya negou a versão, que afirmou se tratar de uma "mentira".
Na última quinta-feira, a velocista chegou à
Polônia, segundo o vice-ministro de Relações Exteriores do país, Marcin Przydacz,
que garantiu que a atleta estava em local "seguro", em meio ao temor
de represálias do governo bielorrusso