A HUMANIDADE E AS PANDEMIAS – PARTE I

divulgação -25/05/2020 18:02

Quem assistiu ao filme “De Volta para o Futuro 2” viu Michael J. Fox (Marty McFly) viajar de 1985 a 2015 para evitar que seu filho arruinasse o futuro da família McFly. Seu arqui-inimigo Biff Tannen (Wilson) rouba a máquina do tempo DeLorean de Doc e usa-a para alterar a história em seu benefício, forçando a dupla a retornar a 1955 para restaurar a linha do tempo. Marty, ao chegar no “futuro”, viu carros voadores usando restos de comida como combustível e atendimentos automatizados nas lanchonetes.

Resumindo: Criamos expectativas exageradas sobre o futuro. Imaginamos veículos voadores e pessoas sendo tele transportadas quando na verdade estamos, em pleno 2020, tendo que reaprender a lavar as mãos!

Até pouco tempo era inimaginável pensarmos que em pleno século XXI enfrentaríamos pandemias por vírus que pensávamos ser coisa do passado. Nos livros escolares soubemos que a humanidade foi assolada por pragas em vários momentos da história: A Peste Negra, também conhecida como Peste Bubônica , Grande Peste, Peste ou Praga, foi a pandemia mais devastadora registada na história humana, tendo resultado na morte de 75 a 200 milhões de pessoas (1/3 de toda a população mundial da época) na Eurásia, atingindo o pico na Europa entre os anos de 1347 e 1351. Acredita-se que a bactéria Yersinia pestis, que resultava em várias formas de peste (septicémica, pneumônica e, a mais comum, bubônica), tenha sido a causa. A Peste Negra foi o primeiro grande surto europeu de peste documentado.

Outra doença que exterminou milhões de pessoas foi a Varíola. Já em 1520 o México perdeu 8 milhões de pessoas pela doença. A varíola foi uma das principais responsáveis pela dizimação da população nativa da América após a sua importação da Europa com Colombo.

Acredita-se que a varíola tenha sido introduzida propositadamente na população nativa pelo exército de Hernán Cortés e Francisco Pizarro para derrotar as civilizações nativas da América Pré-colombiana. Em 26 de outubro de 1977, registrou-se na Somália o último caso de varíola transmitida naturalmente. As últimas cepas do vírus ainda existentes são guardadas em dois centros governamentais, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Atlanta, EUA e pelo Instituto Vector em Koltsovo, na Rússia.

A gripe espanhola, também conhecida como gripe de 1918, foi uma vasta e mortal pandemia do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões e 50 milhões, e possivelmente até 100 milhões, tornando-a uma das epidemias mais mortais da história da humanidade.

Além destas, tivemos outras epidemias com milhares de mortes como HIV, Cólera, Meningite, Dengue, Síndrome Respiratória Aguda Grave, Dengue entre outras.

O que podemos concluir disso tudo? Primeiro: as epidemias são cíclicas, ou seja, aparecem de tempos em tempos, sempre com algum vírus ou bactéria novos, sem qualquer aviso ou forma de defesa.

Segundo: Muitos são contaminados, mas nem todos morrem. Podemos até mesmo supor que seja algum tipo de controle da própria natureza como forma de reduzir o crescimento desordenado da população ou alguma forma de seleção natural, onde apenas os mais fortes e preparados sobrevivem, a fim de depurar a espécie humana.

Se antes não havia, agora temos a vacina, preparação biológica que fornece imunidade adquirida ativa para uma doença particular.

A administração de vacinas é chamada vacinação e sua eficácia tem sido amplamente estudada e verificada. É o método mais eficaz de prevenção de doenças infecciosas, a imunidade generalizada devido à vacinação é amplamente responsável pela erradicação mundial da varíola e pela restrição de doenças como poliomielite, sarampo e tétano de grande parte do mundo.

Organização Mundial de Saúde (OMS) relata que as vacinas licenciadas estão atualmente disponíveis para prevenir ou contribuir para a prevenção e controle de 25 infecções.

Os termos "vacina" e "vacinação" são derivados de Variolae vaccinae (varíola da vaca), o termo inventado por Edward Jenner para denotar a varíola bovina. Em 1881, para homenagear Jenner, Louis Pasteur propôs que os termos fossem estendidos para cobrir as novas inoculações protetoras então em desenvolvimento.
Resumindo: De quem é a culpa por tudo isso? De ninguém, da natureza, da seleção natural.

Que fazer?

O que fizeram nas pandemias anteriores e o que fazer nesta?
Para debater este tema em particular precisarei de mais linhas, então esta discussão ficará para semana que vem.

André Davi Martins é Sargento da Polícia Militar, professor de tiro e mediador de conflitos do Cejusc.