r7 -25/01/2022 13:01
A atriz americana Evan Rachel Wood acusou o roqueiro Marilyn
Manson de tê-la estuprado diante das câmeras durante uma cena do videoclipe
de Heart-Shaped Glasses, sucesso de 2007 do cantor.
Wood, estrela da série de TV Westworld, fez a acusação
– que Manson nega – no documentário Phoenix Rising, da HBO, que estreou no
festival de cinema de Sundance. "Havíamos discutido uma cena de sexo
simulada. Mas uma vez que as câmeras foram ligadas, ele começou a me penetrar
de verdade", disse ela. "Eu nunca concordei com isso."
Wood começou a namorar Manson, cujo nome verdadeiro é Brian
Warner, em 2006, quando ela tinha 18 anos e ele, 37. "Eu não sabia como me
defender e não sabia como dizer não, porque fui condicionada e treinada para
nunca responder, apenas para seguir em frente", disse Wood.
"Percebi que a equipe estava muito desconfortável e
ninguém sabia o que fazer. Fui forçada a participar de um ato sexual comercial
sob falsos pretextos. Fui basicamente estuprada diante das câmeras", afirmou.
De acordo com o documentário, Manson mais tarde pressionou
Wood a dizer aos repórteres que não houve sexo real durante a gravação do
vídeo.
A mãe de Wood se lembra de ouvir de um membro da equipe que
Manson estava dando a Wood licor de absinto "e qualquer outra coisa",
e que ela não estava em condições de consentir quando ele saiu do roteiro.
Em comunicado enviado à AFP, o advogado de Manson, Howard
King, negou a acusação: "De todas as acusações falsas que Evan Rachel Wood
fez sobre Brian Warner, seu relato imaginário da gravação do videoclipe Heart-Shaped
Glasses, ocorrida há 15 anos, é a mais descarada e fácil de refutar, porque
havia várias testemunhas".
“A cena de sexo simulada exigiu várias horas de filmagem,
com várias tomadas, usando diferentes ângulos e longas pausas entre as câmeras.
Brian não fez sexo com Evan naquele set, e ela sabe que essa é a verdade",
afirmou King.
Violência doméstica
Manson já foi acusado por várias mulheres de abuso sexual,
entre elas a atriz de Game of Thrones Esme Bianco. A polícia de Los
Angeles confirmou no ano passado que estavam sendo investigadas acusações de
violência doméstica contra o cantor.
Manson, que cultiva uma imagem controversa e um nome
artístico que lembra o serial killer Charles Manson, se separou de sua
gravadora, Loma Vista Recordings, e da agência de Hollywood CAA desde que as
alegações se tornaram públicas. Mas continua gravando música, e no ano passado
participou do álbum Donda, de Kanye West.
O documentário Phoenix Rising mostra os esforços
de Wood e outros sobreviventes de abuso sexual para estender o estatuto de
limitações desses crimes e dar-lhes mais tempo para buscar justiça após o
abuso.