moises eustaquio -02/03/2022 14:49
A reportagem do Impacto relata essa linda história desse personagem, filho de um dos pioneiros do Município.
Hoje, vamos contar parte da história
de Flauzino Gonçalves, 68 anos, militar reformado do Exército no posto de Capitão,
natural de Nova Independência, morador em Brasília/DF. É filho do pioneiro
Alípio Gonçalves [subprefeito da cidade à época] com Azizi Mussi Gonçalves. Nascido em 16 de novembro de 1953, teve
uma infância pobre, mas batalhou, seguiu seus instintos e venceu.
É casado desde 1978 com Irma
Sueli dos Santos Gonçalves – natural de São Borja/RS, aposentada e o casal tem
uma filha, a advogada Vanessa dos Santos Gonçalves.
Gonçalves residiu em Nova
Independência até 1964, com os pais, onde conclui a escola primária. Em 1965 foi
estudar no colégio Salesiano Dom Luiz Lasanha, em Araçatuba e depois na escola
pública Jorge Correa. Aos 14 anos ficou órfão de pai e por questões financeiras
precisou abandonar o colégio.
Retornou ao seio da família em Nova Independência e continuou
estudando na escola Dr. Augusto Mariani em Andradina. Viajava de ônibus pela vicinal
com muita poeira. A mãe era muito enérgica e lutava para alimentar e educar
seus cinco filhos, todos menores, utilizando uma pequena pensão da Prefeitura
de Andradina deixada pelo marido.
PRIMEIRO EMPREGO NA CASA ROCHA
No dia 1º agosto de 1970, aos 17 anos, Gonçalves consegui o
primeiro emprego, na Casa Rocha, de secos e molhados de Francisco Gomes da
Rocha. “Eu tinha carteira de trabalho e recebia meio salário mínimo. Atendia no
balcão e de bicicleta fazia pequenas entregas de mantimentos”, relata o militar.
Na época, ele morava com a irmã Clarisse, filha do primeiro casamento de seu
pai.
“Após alguns anos voltei à Casa Rocha e recebi a
confidência do senhor Rocha que fui o melhor menino que trabalhou na empresa. Registro
aqui minha gratidão à família Rocha e à minha irmã pelo apoio e ensinamentos”, enfatiza
Gonçalves, que na condição de corinthiano ouvia as transmissões da Rádio
Bandeirantes pelo locutor Fiori Gigliotti. Tímido e de classe pobre se sentia
discriminado quando o assunto era namoro.
REPROVADO, MAS NÃO DERROTADO
Em novembro de 1971 ele pediu afastamento do trabalho, com
uma pequena mala rumou para São Paulo e tentou ingressar na Academia do Barro
Branco, mas foi reprovado. “Até conhecimento de geometria foi cobrado dos
candidatos e naquele momento de incertezas decidi que não mais retornaria à
minha Cidade Natal”, recorda.
“Fui até ao centro, no Vale do Anhangabaú, me alistei e fui
designado para incorporar no Exército em 1972. Na capital, servi como soldado e
cabo no 2º Batalhão de Polícia do Exército. Em 1976 fui aprovado em concurso
para realizar o Curso de Formação de Sargento e ao término designado para
servir no 2º Regimento de Cavalaria Mecanizada em São Borja - RS. Em 1978,
ainda no Sul, me casei com Irma, uma gaúcha missioneira. Prestei serviços nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, João Pessoa, Porto Alegre,
Brasília e EUA- Washington – DC, e finalmente Brasília”, lista o militar.
Após 36 anos foi transferido para reserva remunerada com o
posto de capitão. Sua conduta ilibada oportuno, ética, disciplina e lealdade deu
sua contribuição na formação de muitos jovens, inclusive em Colégio Militar. Ocupou
funções de grande responsabilidade, inclusive na área financeira da instituição
e em missões diplomáticas no exterior.
CONDECORADO
Por Decreto Presidencial, em 1996, Gonçalves foi nomeado a
prestar serviços por dois anos nos EUA, acompanhado da família, na Comissão do
Exército Brasileiro em Washington-DC. “Durante minha vida militar recebi
algumas condecorações, inclusive a medalha da Ordem do Mérito Militar, grau
oficial”, destacou.
“No que tange à vida em
família, minha esposa ingressou no serviço público, através de concurso, em
1989, se aposentando como auditora fiscal da Secretária de Fazenda do Distrito
Federal. Temos apenas uma filha, nascida em Brasília em 1980, solteira e sem
filhos. Gonçalves é veterano do Exército, há 42 anos mora em Brasília e atribui
suas conquistas às origens. “Somos gratos ao Exército Brasileiro pelas oportunidades
e formação”, conclui.