NMBR -17/11/2020 10:11
A história de Mike Chanel começa quando, ainda na
barriga da sua mãe, os médicos a informaram que iria dar à luz uma menina. No
dia em que nasceu, a jovem, hoje com 18 anos, apresentava órgãos genitais
masculinos, o que deixou todos surpresos.
Mikey foi assim educada como um rapaz, embora sempre se
tenha sentido diferente dos seus amigos. "Nunca me senti um rapaz. Sempre
fui um pouco mais afeminado, tinha poucos pêlos faciais e tinha curvas, como
ancas e bumbum", recorda, revelando que estas suas particularidades
tornaram-no vítima de bullying na escola.
Aos 13 anos, Mike assumiu a sua homossexualidade e no ano
passado, em exames de rotina médica, descobriu aquilo que pensou tratar-se
"de uma piada".
"Disse ao médico que andava com uma sensação estranha
quando urinava e tinha relações sexuais, por isso decidiram fazer um ultrassom do
meu sistema urinário", conta.
"Disseram-me que eu tinha um colo do útero, ovários,
útero e trompas de falópio e que podia engravidar se quisesse. Achei
que era uma piada", acrescenta.
Quem padece desta síndrome tem fortes possibilidades de vir
a sofrer de outras doenças, como câncer, motivo pelo qual os médicos
aconselharam a jovem a fazer uma histerectomia, para lhe ser retirado o
útero.
Contudo, Mikey tomou outra decisão. Esta sabia que os seus órgãos masculinos nãoeram fertéis, mas o mesmo não acontecia com os seus órgãos de reprodução femininos.
Logo, Mike sabia que se um dia quisesse ter um filho, teria que ser ela a carregá-lo no ventre. Assim, sujeitou-se a tratamentos de fertilidade e a um procedimento em que o esperma do dador é injetado diretamente no óvulo e está agora grávida, de quatro meses.
Mikey decidiu contar a sua história ao mundo por sentir
que é um síndrome pouco Falada e que deveria ser alvo de maiores pesquisas e
estudos.