divulgação -11/05/2020 22:29
Nesta segunda-feira 11, o advogado andradinense Ademar Gomes, presidente do Conselho da Acrimesp [Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo], encaminhou ao ministro da Saúde, dr. Nelson Teich, correspondência com sugestão de incentivo às indústrias brasileiras que se encontram ociosas a iniciarem a produção coordenada de respiradores para assistir pacientes infectados com a Covid-19.
Veja o teor da correspondência
Excelentíssimo Ministro,
Sabemos todos das dificuldades que o País e a população brasileira vêm
enfrentando com a pandemia da Covid-19. A corrida para ampliar no País a oferta
de respiradores, vitais para pacientes contaminados pelo novo coronavírus, tem
levado o governo brasileiro a desenvolver esforços e juntar forças para
minimizar a falta do equipamento, cuja demanda disparou no mundo.
Sabemos também que governos estaduais e prefeituras estão encontrando
dificuldades para importar equipamentos chineses. Isso porque, desde o início
do mês de abril, autoridades da China exigem que todos os pedidos sejam
centralizados e feitos pelo Governo Federal.
A centralização é importante, para haja um controle mais rígido e seguro
nos processos de importação. Mas, mesmo assim, as dificuldades continuam
grandes e os preços cada vez mais exorbitantes. Isso porque o governo chinês
vem dando prioridade para relação diplomática e para países com situação mais
grave, como os Estados Unidos, por exemplo.
A corrida para ampliar no País a oferta de respiradores tem levado
empresas de variados setores a juntarem forças para minimizar a falta do
equipamento. O Brasil tem quatro fábricas de respiradores que, juntas, em
tempos normais, produzem cerca de 10 mil unidades por ano.
A fabricação levaria de 60 a 90 dias, segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de
Laboratórios (ABIMO). É evidente que nenhum país tem capacidade produtiva
instalada de respiradores capaz de fazer frente a essa demanda avassaladora.
Mas, mesmo com esse esforço, a capacidade instalada e o tempo de
fabricação por parte dessas indústrias especializadas, não tem sido suficientes
para suprir as necessidades do Sistema
Único de Saúde.
A alternativa, evidentemente, é incentivar outras indústrias, de outros
ramos de atividades, a se juntarem a esse esforço. Boa parte da planta
industrial instalada no Brasil está inativa ou com produção reduzida, devido
principalmente à redução da demanda imposta pela quarentena e isolamento. A
proposta, certamente, não é restringir a encomenda e aquisição dos suprimentos
da China, mas uma medida para tentar evitar o colapso do sistema de saúde no
País.
Hoje, algumas indústrias já se dedicam a essa tarefa, especialmente no
conserto e manutenção de equipamentos já existentes na rede pública.
Paralelamente, alguns institutos e universidades também têm se dedicado no
desenvolvimento de projetos e protótipos de respiradores, a custo bem inferior
aos importados. Em ambos os casos, porém, a importação de peças e insumos ainda
é necessária, pois não há produção nacional.
O que propomos a esse Ministério é o desenvolvimento de uma ação
especial, que incentive as indústrias brasileiras que se encontram ociosas a
iniciarem a produção coordenada de produção de respiradores, inclusive
aproveitando estudos e projetos desenvolvidos por institutos e universidades.
Se hoje existem algumas inciativas por parte de algumas indústrias, são
iniciativas isoladas. Falta, portanto, uma coordenação centralizada, que
somente o Ministério da Saúde poderá encetar.
Essa, sr. Ministro, é uma ação que contribuirá decisivamente para reduzir
ou mesmo evitar o colapso do sistema de saúde, terá menor custo e evitará
aumento nas mortes de nossa sofrida população.
Na certeza de que V.Exa. saberá apreciar com dedicação essa proposta, e
assim estará prestando mais um grande avanço para minimizar a falta desse então
precioso equipamento.
Cordialmente, Ademar Gomes - Presidente do Conselho da Acrimesp [Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo]