r7 -11/06/2021 12:05
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
autorizou, nesta sexta-feira (11), o uso da vacina anticovid da
Pfizer para crianças e adolescente de 12 a 15 anos. A medida não libera, de
forma imediata, a vacinação para esta faixa etária. A campanha de vacinação
contra a covid-19 em andamento no país restringe a aplicação dos imunizantes a
adultos a partir de 18 anos.
"É uma grande notícia, uma vez que precisamos estender
para outras faixas etárias, mas São Paulo segue o plano nacional de imunização.
Para inserir novos grupos, precisamos de mudanças no PNI [Programa Nacional de
Imunizações] e receber mais doses”, afirmou Jean Gorinchteyn, secretário
estadual de Saúde de São Paulo, durante coletiva à imprensa nesta sexta-feira
(11) na sede do Instituto Butantan, em São Paulo.
A vacina da Pfizer foi a primeira a obter o registro
definitivo no Brasil, o que permite a vacinação em massa e comercialização com
o setor privado, e já está sendo aplicada em duas doses, com o intervalo de
três meses.
A bula da Pfizer passará a indicar a nova faixa etária
para o Brasil. A vacina é a única no país que tem autorização para ser aplicada
em crianças e adolescentes. A Anvisa seguiu os órgãos reguladores de
medicamentos dos Estados Unidos e Europa, onde o imunizante já está liberado
nessa faixa etária.
De acordo com o comunicado da agência, a ampliação foi
aprovada após análise de estudos feitos fora do Brasil que indicaram a
segurança e eficácia da vacina também para pessoas acima de 12 anos.
A farmacêutica está em fase de testes clínicos para crianças
de 6 meses a 11 anos. O estudo está sendo feito nos Estados Unidos e
Europa.
A vacina apresenta mais de 95% de proteção contra infecção,
internação e morte pela covid-19, de acordo com um estudo publicado no início de maio pela revista Lancet.
A pesquisa foi feita com base em dados da campanha de vacinação de
Israel. Após a primeira dose, o risco é reduzido em 51%, segundo estudo
publicado no Jama (Journal of the American Medical Association).
Outro estudo, publicado em 4 de julho também na Lancet,
apontou que a eficácia da primeira dose da vacina é menor nas variantes
descobertas na Inglaterra (chamada de Alfa), Índia (chamada de Delta) e África
do Sul (chamada de Beta) do que contra a cepa original. A pesquisa foi
realizada pelo centro de pesquisa biomédica de Londres, Francis Crick
Institute.
A vacina da Pfizer é considerada inovadora, feita a partir de RNA mensageiro, não utilizando
nenhum tipo de vírus, seja atenuado ou inativado. Nessa tecnologia, o RNA
instrui o organismo a produzir um pedaço da proteína de pico do SARS-CoV-2, e é
contra esses pedaços (inofensivos) do coronavírus que o sistema de defesa atua
e produz anticorpos.
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) do governo
dos Estados Unidos está investigando casos do desenvolvimento de miocardite em
adolescentes e jovens adultos que tomaram as vacinas de RNA (Pfizer e Moderna)
nos EUA.
A miocardite é uma inflamação do músculo do coração, o
miocárdio, responsável pelo bombeamento de sangue para os órgãos, de acordo com
o Manual Merck de Medicina. Esse problema no coração pode ocorrer após
infecções.
O Brasil já recebeu 8,3 milhões de doses da vacina da Pfizer contratadas
pelo governo federal. O acordo prevê a entrega de 200 milhões de doses, o
que permite vacinar 100 milhões de pessoas.