r7 -07/10/2020 13:35
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu
na sexta-feira (2) o primeiro pacote de dados referente à CoronaVac, vacina
contra a covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, que tem parceria
com o Instituto Butantan, em São Paulo.
A revisão é possível devido à "submissão
contínua", novo procedimento implementado pela Anvisa e específico para
vacinas contra a covid-19, que permite que os documentos sejam verificados à
medida que se tornam disponíveis.
Um dia antes, na quinta-feira (1º), a agência havia recebido
pedido da vacina de Oxford, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino
Unido, e pela empresa farmacêutica sueca AstraZeneca. No Brasil, tem testes
coordenados pela Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e será
produzida pelo laboratório Bio-Manguinhos, ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo
Cruz), no Rio de Janeiro.
A divulgação dos resultados preliminares dos testes da fase
3 da vacina CoronaVac está prevista para outubro, segundo anunciado pelo
governador João Doria em entrevista coletiva à imprensa. Ele também afirmou que
5 milhões de doses da vacina devem chegar ao país também em outubro.
Já o Butantan informou que as doses serão encaminhadas para
o Ministério da Saúde, que será responsável pela distribuição no país após a
aprovação da Anvisa. Os resultados dos testes necessários para esse pedido da
aprovação devem ficar prontos até o final do ano, segundo o Butantan.
Os testes estão sendo realizados pelo instituto Butantan
desde 20 de julho. O estudo prevê 13 mil voluntários distribuídos entre São
Paulo, Brasília, Rio de Janeira, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Paraná.
Os participantes recebem a segunda dose 14 dias após a
primeira, então algumas pessoas já receberam e estão sendo analisadas.
O imunizante utiliza a tecnologia de vírus desativado
(morto). Assim, o vírus é incapaz de infectar, mas pode produzir uma resposta
imunológica. Essa tecnologia, já conhecida pelo meio científico, é
considerada simples e de fácil produção.
Segundo divulgado pela Sinovac, as reações adversas foram
leves e se manifestaram em apenas 5% dos voluntários nas fases 1 e 2, mas a
resposta imunológica foi mais fraca em idoso do que em adultos mais jovens.