france press -13/03/2023 19:29
Pelo menos 100 pessoas morreram no Malaui e em Moçambique pelas
chuvas torrenciais e os fortes ventos desde que o ciclone Freddy, que está
seguindo um caminho incomum, passou pelo sul da África, disseram as autoridades
nesta segunda-feira (13).
Mais de 99 corpos foram encontrados no sul do Malaui e as autoridades
declararam estado de catástrofe, incluindo a capital econômica Blantyre.
O chefe de Estado, Lazarus Chakwera, "constatou, com
grande inquietude, a devastação que o ciclone Freddy está provocando em muitos
distritos (...) e declarou o estado de catástrofe [no sul]", diz um
comunicado.
Outras quatro pessoas morreram no país vizinho, Moçambique, e muitas
pessoas estão desaparecidas. O instituto nacional de gestão de desastres do
país (INGD) disse que as consequências da tormenta que atingiu a área eram
piores do que o esperado.
A cidade portuária de Quelimane, situada a 40 quilômetros de
onde o ciclone tocou terra, ainda está isolada do restante do país. Em algumas
áreas já não há mais ruas, água ou eletricidade, contou, por telefone, Guy
Taylor, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
"O número de pessoas afetadas superou as
previsões", afirmou Luisa Meque, diretora do INGD.
Ela também disse que a tormenta golpeou zonas moçambicanas
consideradas seguras.
Ciclone Freddy
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da
ONU, o ciclone Freddy se formou no nordeste da Austrália na primeira semana de
fevereiro. A tempestade atravessou o sul do oceano Índico e atingiu Madagascar
em 21 de fevereiro, antes de chegar a Moçambique em 24 de
fevereiro.
Com uma trajetória incomum, o ciclone voltou a afetar o
território moçambicano durante o último fim de semana e chegou ao Malaui na madrugada de
segunda-feira (13).
Se a tempestade mantiver a força, Freddy se tornará o ciclone tropical mais duradouro já registrado.