r7 -13/02/2022 22:45
O governo da Ucrânia exigiu neste domingo (13) uma reunião
nas próximas 48 horas com a Rússia e todos os países participantes do Documento
de Viena da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), depois
que Moscou ignorou o ultimato para responder em detalhes sobre suas atividades
militares perto da fronteira com a Ucrânia.
"A Rússia não respondeu ao nosso pedido sob o Documento
de Viena" sobre medidas destinadas a fomentar a confiança e segurança,
apresentadas pela Ucrânia na sexta-feira passada, pelo que tinha até hoje,
disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, em sua conta
oficial no Twitter.
"Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados
participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição
ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada",
afirmou.
Kuleba enfatizou que a Rússia deve honrar seus compromissos
com a transparência militar para diminuir as tensões e melhorar a segurança
para todos se quiser falar seriamente sobre segurança indivisível no espaço da
OSCE.
A Ucrânia apelou na sexta-feira (11) ao Documento de Viena e
exigiu que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre as atividades
militares perto da fronteira ucraniana, onde concentrou mais de 100 mil
soldados, além de armamentos pesados.
A Rússia e Belarus também realizaram 20 manobras conjuntas
em território bielorrusso, a poucos quilômetros de Kiev, até o próximo dia 20.
Na última quinta-feira (10), os russos também iniciaram manobras navais no Mar
Negro.
O Documento de Viena de 2011 sobre Medidas de Fortalecimento
da Confiança e da Segurança é obrigatório e tem que ser cumprido por todos os
membros da OSCE.
O chefe da diplomacia ucraniana lembrou que, segundo este
documento, a Rússia "deve informar sobre as áreas exatas de sua atividade
militar, anunciar as datas do fim das manobras" e outros dados como o
número de unidades militares participantes, o tipo de armas e do equipamento
militar utilizado.
As tensões entre Kiev e Moscou aumentaram desde novembro do
ano passado, depois que a Rússia estacionou mais de 100 mil soldados perto da
fronteira ucraniana, lançando sinais de alerta na Ucrânia e no Ocidente, que
denunciaram os preparativos para uma invasão.
Em dezembro, a Rússia exigiu garantias de segurança
obrigatórias dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para
impedir que a Aliança Atlântica se expandisse para o leste e implantasse armas
ofensivas perto de suas fronteiras.
Moscou também escreveu recentemente uma carta a todos os
países membros da OSCE pedindo que se posicionassem sobre o que entendem por
segurança indivisível na Europa. Apesar de todos os esforços diplomáticos, uma
desescalada não foi alcançada até agora.
A Rússia alega que tem o direito soberano de estacionar
tropas em qualquer lugar de seu território e, por sua vez, denuncia o
fornecimento maciço de armas à Ucrânia pelo Ocidente.