r7 -03/11/2020 14:32
Os testes da vacina Ad26COVS2.S contra a covid-19 do
laboratório Janssen, do grupo Johnson & Johnson, já podem ser retomados. A
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta terça-feira
(3) que a Janssen prossiga com as pesquisas no Brasil.
A vacina da Johnson é uma das quatro que receberam
autorização para testes no país; as demais são a CoronaVac, vacina de Oxford e
Pfizer.
A agência informou, por meio de comunicado, que a decisão
garante segurança aos voluntários brasileiros. Os testes estavam suspensos
desde o dia 12 de outubro depois que um voluntário nos Estados Unidos
apresentou reação adversa grave.
"Pelas regras de pesquisa clínica, eventos adversos
estão previstos e sua identificação serve justamente para conhecer e definir o
perfil de segurança de cada medicamento, mas os eventos graves exigem a
paralisação de todo o estudo e a investigação do caso antes da retomada",
afirmou.
A Johnson havia iniciado os testes da terceira e última fase
da sua candidada à vacina contra a covid-19 no fim de setembro. Foram
selecionados 60 mil voluntários, divididos em oito países, incluindo o Brasil.
Os testes vão ser realizados em 28 centros de pesquisas em
São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa
Catarina.
Os primeiros resultados do estudo se mostraram promissores,
indicando efiácia para combater e impedir a infecção provocada pelo novo
coronavírus em humanos. As informações foram divulgadas na plataforma
científica medRxiv.
Em setembro, os testes de outra possível vacina contra a
covid-19, a de Oxford, também havia sido suspenso depois que uma voluntária no
Reino Unido desenvolveu mielite transversa, manifestação neurológica que afeta
os nervos periféricos da coluna. Os testes foram retomados após os médicos
atestarem que a doença não tinha relação com a pesquisa.
A vacina da Johnson é composta de um vetor
recombinante, não replicante, de adenovírus, que é capaz de codificar a
proteína Spike do Sars-CoV-2. Diferentemente dos demais imunizantes contra a
doença, é necessária apenas uma dose.
A tecnologia desta vacina também foi utilizada para
desenvolver e fabricar a recém-aprovada vacina da Johnson contra o ebola e
elaborar candidatas à vacina contra o zika, o vírus sincicial respiratório
(VSR) e o HIV. "A plataforma dessa tecnologia foi usada para vacinar mais
de 100 mil pessoas até o momento nos programas de vacinas experimentais da Janssen",
afirmou a empresa em comunicado.