agencia brasil -11/01/2021 10:39
Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
2020 devem estar atentos às regras para evitar o contágio pelo novo
coronavírus. As medidas que devem ser adotadas tanto na aplicação do Enem
impresso quanto do Enem digital estão previstas nos editais dos exames, e o
descumprimento poderá levar inclusive à eliminação dos candidatos.
A máscara de proteção facial será item obrigatório nesta
edição do Enem. Além de precisar apresentar um documento oficial original com
foto e de ter uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material
transparente, quem não estiver de máscara não poderá fazer a prova.
Dentro de sala, os estudantes deverão permanecer com a
máscara durante toda a realização do exame. O edital prevê que a máscara deve
ser usada da maneira correta, cobrindo o nariz e a boca. Caso isso não seja
feito, o participante será eliminado. Os candidatos poderão levar máscaras
para trocar durante a aplicação, seguindo a recomendação de especialistas da
área de saúde.
O equipamento de proteção poderá ser retirado apenas para a
identificação dos participantes, para comer e beber. Toda vez que retirarem a
máscara, os participantes não devem tocar na parte frontal dela, e devem, em
seguida, higienizar as mãos com álcool em gel próprio ou fornecido pelo
aplicador. As mãos devem ser higienizadas também quando os participantes
forem ao banheiro e no decorrer do exame.
Outra regra é o distanciamento social. As salas, de acordo
com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep), estarão dispostas de forma a assegurar a distância entre os
participantes.
Quem for diagnosticado com covid-19 ou apresentar sintomas da doença, ou de
outra infectocontagiosa até a realização do exame deve comunicar o Inep
pela Página
do Participante e pelo telefone 0800 616161. Esses candidatos terão
direito de participar da reaplicação do Enem nos dias 23 e 24 de fevereiro.
Pandemia
A realização das provas em um momento de aumento de dos
casos e das mortes por covid-19 em todo o país preocupa professores,
estudantes, autoridades e especialistas. “É um risco grande mobilizar milhões
de pessoas em um momento desses”, diz o professor titular de epidemiologia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Medronho. Em todo o país, cerca
de 5,8 milhões de estudantes estão inscritos para fazer o Enem, de acordo com o
Inep.
Segundo Medronho, as medidas anunciadas ajudam a controlar a
transmissão, mas não há um cenário completamente seguro. "Garantia não há.
O ideal é suspender o exame. Mas, posso dizer que vai minimizar de forma
razoável o risco”, diz.
De acordo com Medronho, os participantes podem também se
proteger evitando aglomerações nos portões do local exame, mantendo um
distanciamento de pelo menos 1,5 metro das pessoas ao redor, mesmo antes de
entrar na prova. Devem também, mesmo que não seja obrigatório, levar máscaras
para trocar ao longo do exame. “Recomendo que levem duas máscaras e que na
metade da prova troque pela máscara nova. Com isso, estarão protegendo a si
mesmos e protegendo os colegas”, orienta.
Pedidos de adiamento
Com o agravamento da pandemia, surgiu nas redes sociais um
novo movimento pedindo o adiamento do Enem. O Brasil bateu a marca de 200 mil
pessoas mortas pela covid-19. O número diário de óbitos ultrapassou a marca de
1 mil por dia.
Na sexta-feira (8), a Defensoria Pública da União apresentou
novo pedido de tutela de urgência para o adiamento das provas do Enem. As
provas, de acordo com o pedido, devem ser adiadas "até que possa ser feito
de maneira segura, ou ao menos enquanto a situação não esteja tão periclitante
quanto agora".
Mais de 40 entidades científicas, entre elas a Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e Associação Brasileira de Saúde
Coletiva (Abrasco), assinaram nota conjunta pedindo também o adiamento das
provas. "É necessário adiar o Enem e é urgente que secretarias estaduais
de Educação coordenem planejamentos para garantir as condições pedagógicas e
sanitárias para que todos os estudantes participem do Enem. Esse exame existe
para incidir na redução das desigualdades do acesso ao ensino superior e não pode
servir para ampliar desigualdades ou, o que é inaceitável, se tornar espaço
vetor de uma pandemia", diz a nota.
Inep
O Inep decidiu manter o exame, para garantir que os
estudantes tenham acesso ao ensino superior e possam continuar a formação. Em
entrevista à Agência Brasil, o presidente do Inep, Alexandre Lopes,
afirmou que a autarquia preparou-se para fazer o exame em um contexto de
pandemia. “Temos a segurança [de] que a prova deve ser feita e que as condições
de aplicação são adequadas, são as que precisam ser tomadas."
O Enem 2020 será aplicado na versão impressa nos dias 17 e
24 de janeiro e, na versão digital, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.