r7 -08/01/2021 22:29
O laboratório belga Janssen, braço farmacêutico da
Johnson & Johnson, notificou um evento adverso grave ocorrido com um
voluntário brasileiro nos testes da vacina contra covid-19, informou a Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) na tarde desta sexta-feira (8).
Segundo o órgão regulador, não houve necessidade de
interromper as vacinações porque todos os voluntários recrutados já haviam recebido
as doses.
"De acordo com informações enviadas pela empresa, o
evento foi avaliado pelo investigador e pela companhia como não relacionado à
vacina", afirma a Anvisa.
O evento em si não foi divulgado pela agência por razões
éticas que impedem a publicação de dados envolvendo os voluntários.
"Não serão divulgados dados sobre o (a) voluntário (a)
ou se a pessoa fazia parte do grupo que foi imunizada com a vacina propriamente
dita ou se era do grupo de controle, que recebe um placebo", finaliza a
Anvisa.
Os testes da vacina da Janssen, chamada de Ad26COVS2.S, no
Brasil começaram em outubro. Segundo o laboratório, a previsão era recrutar
cerca de 7.000 voluntários em 11 estados (SP, BA, DF, RJ, MT, MS, MG, PR, RN,
RS e SC.
A vacina chegou a ter os estudos pausados mundialmente em meados
de outubro após um evento adverso grave ocorrido com um voluntário no
exterior. Em 3 de novembro, a Anvisa autorizou a retomada da pesquisa.
Além do Brasil, a vacina é testada na Argentina, Chile,
Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos.
Uma das principais vantagens em relação às demais é que o
imunizante desenvolvido pela Janssen é de dose única.
A previsão é que os primeiros resultados da fase 3 dos
testes sejam conhecidos em cerca de dois meses.
A vacina da Janssen é composta de um vetor recombinante, não
replicante, de adenovírus, que é capaz de codificar a proteína de pico do
SARS-CoV-2.
A tecnologia desta vacina também foi utilizada para
desenvolver e fabricar a recém-aprovada vacina da Johnson contra o ebola e
elaborar candidatas à vacina contra o zika, o vírus sincicial respiratório
(VSR) e o HIV.
"A plataforma dessa tecnologia foi usada para vacinar
mais de 100 mil pessoas até o momento nos programas de vacinas experimentais da
Janssen", afirmou a empresa em comunicado.