g1 -12/04/2020 10:32
O Ministério da Saúde confirmou quase 21 mil casos de
Covid-19, com mais de 1,1 mil mortes. Já pelo levantamento do G1, feito até as
20h deste sábado (11), são 237 casos a mais e 16 mortes a mais.
Diante do aumento constante do número de casos de Covid-19,
o Ministério da Saúde defendeu que não é hora de relaxar as medidas de
isolamento social, principalmente em cidades com alta incidência.
“Manaus, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro são os locais
onde nós não podemos relaxar ainda com as medidas de distanciamento social e
esta conversa tem sido regular. O momento é de pensar em distanciamento social,
lavar as mãos com frequência, cobrir o rosto ao tossir e espirrar, usar as
máscaras como nos mencionamos anteriormente. Se estiver doente, ficar em casa. Medidas
de higiene, de etiqueta social e as medidas de distanciamento social são as
únicas e mais eficientes armas que nós dispomos no momento”, diz o secretário
de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
Sobre a cidade de São Paulo, onde o movimento nas ruas
aumentou nos últimos dias, os técnicos do ministério alertaram que o isolamento
precisa ser ampliado para diminuir a velocidade da doença.
“Nós estamos observando em São Paulo que para se ter um
efeito mais significativo ou um resultado, um benefício do distanciamento
social, este distanciamento social deveria estar em torno de 70%. Ainda não
está no momento de relaxamento da situação em São Paulo. É o que dizem as
próprias autoridades locais e é o que a gente vem observando. Obviamente todo
esse desafio implica numa compreensão da população e numa adesão da população
para que ela compreenda que estas medidas são justamente para proteger quem
eles mais gostam, que é sua família, pessoas mais velhas e também a sua
comunidade”, afirma Wanderson.
A situação mais preocupante neste momento é a de Manaus,
segundo o Ministério da Saúde. Na cidade, a curva de casos está subindo tão
rápido que a capacidade de atendimento está se esgotando. Por isso, o
ministério está preparando medidas para ajudar a cidade, que também está
enfrentando um aumento de casos de outras doenças respiratórias.
‘É uma sobreposição de duas epidemias. A epidemia de
coronavírus junto com a epidemia de influenza. Então, há uma concomitância ali,
uma sobreposição dessas duas curvas. A realidade de Manaus hoje no país talvez
seja a mais próxima de uma tomada de decisão mais incisiva caso a população
permaneça não aderindo às orientações das autoridades de saúde locais”, explica
o secretário.
Na semana que vem, o governo vai mandar para Manaus mais
profissionais de saúde e leitos de UTI. E neste sábado o ministério anunciou a
construção de um hospital de campanha.
“Nós vamos colocar recursos para Manaus para que eles
possam, imediatamente, colocar 350 leitos em funcionamento. Mandamos ontem 20
equipamentos, 20 respiradores para aumentar sua capacidade de atendimento em
UTIs. Vamos mandar mais 20 respiradores ainda para Manaus. Estamos, a partir de
segunda-feira, encaminhando médicos intensivistas de outros hospitais do país,
alguns do Rio Grande do Sul, outros de outros locais, para ajudar no
atendimento desses pacientes em Manaus“, afirma o secretário-executivo do
Ministério da Saúde, João Gabbardo.
O ministério disse que vai aumentar a quantidade de testes,
incluindo também casos leves.
“Vamos iniciar muito em breve uma estratégia para testagem
de casos leves. Isso vai se dar de modo gradual, porque precisamos garantir que
primeiro os casos graves sejam identificados corretamente porque a testagem do
caso grave é para auxiliar no manejo do caso dentro do hospital. Agora há pouco
eu chequei, 151 mil amostras. Toda hora aumenta. Amostras em investigação”, diz
o secretário Wanderson Oliveira.
O secretário anunciou um programa piloto para aumentar a
capacidade de testes por dia, mas admitiu que não será possível testar toda a
população.
“Devemos iniciar um piloto na região de Curitiba e no Rio de
Janeiro com as máquinas da Fundação Oswaldo Cruz. Estamos em parceria com o
Instituto Butantan e o estado de São Paulo, porque lá vai se concentrar a maior
rede de testagem. A gente vai chegar ao ponto de testar entre 30 e 50 mil
amostras por dia. Hoje fazemos em média 4,2 mil amostras por dia. Nós não
teremos testes para todas as pessoas. Os testes são para conhecer a epidemia e
para algumas regiões do pais para que a gente possa tomar a decisão baseada na
evidência mais robusta possível”, diz Wanderson.