r7 -16/11/2020 15:36
A empresa norte-americana de biotecnologia Moderna anunciou
nesta segunda-feira (16) que sua candidata à vacina contra a covid-19 é 94,5%
eficaz. Ela pretende apresentar um pedido de uso emergencial da vacina nos
Estados Unidos na próxima semana baseada nesses resultados, segundo o
comunicado.
"A Moderna também planeja enviar pedidos de autorização
a agências regulatórias globais", afirmou. O resultado preliminar se
refere à terceira e última fase de testes do imunizante. A notícia chega uma
semana depois que a farmacêutica Pfizer divulgou que sua vacina demonstrou ser
90% eficaz na prevenção da doença.
De acordo com o comunicado, os resultados foram melhores do
que ousavam imaginar, mas ponderaram que a vacina provavelmente não estará
disponível em larga escala antes de março.
"Trata-se da primeira validação clínica de que nossa
vacina pode prevenir a covid-19, incluindo a forma grave", afirmou
Stéphane Bancel, presidente-executivo da Moderna, no comunicado.
Os resultados divulgados nesta segunda-feira incluíram 95
participantes sendo 15 com mais de 65 anos e 20 identificados como sendo de
diversas comunidades dos Estados Unidos incluindo 12 hispânicos ou
latino-americanos, 4 negros ou afro-americanos, 3 asiáticos americanos e 1
multirracial, de acordo com a nota.
A maioria dos eventos adversos foram de gravidade leve ou
moderada. Entre eles foram relatados dor no local da injeção (2,7%), na
primeira dose, e fadiga (9,7%), dor muscular (8,9%), dor nas articulações (5,2%
), dor de cabeça (4,5%) e vermelhidão no local da injeção (2,0%) após a segunda
dose.
Assim como a vacina da Pfizer, a Moderna é feita a partir de
RNA mensageiro, uma tecnologia considerada inovadora. A molécula de RNA é
produzida em laboratório e aplicada no paciente. Essa molécula entra na célula
por diferentes mecanismos e a célula terá a informação necessária para produzir
uma das proteínas que compõem o vírus. Assim, o sistema imunológico identifica
essa proteína como um patógeno, um corpo estranho que precisa ser combatido, e
inicia uma resposta imunológica.
Diferentemente da candidata à vacina da Pfizer, o imunizante
da Moderna não passa por testes no Brasil. Os testes da Moderna são realizados
no Estados Unidos em 30 mil voluntários. A pesquisa é apoiada pelo governo
norte-americano, que financiou o estudo com quase US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4
bilhões).
A última fase de testes de ambas as empresas teve início em
julho. Os dois imunizantes são aplicados em duas doses, sendo o da Pfizer com
um intervalo de três semanas e o da Moderna, de quatro.
Os resultados preliminares de eficácia foram anunciados
pelas empresas, mas ainda não podem ser considerados conclusivos, pois não
foram analisados por publicações científicas.
O Centro Gamaleya, em Moscou, e o Fundo de Investimentos
Diretos da Rússia (RDIF, na sigla em inglês) também anunciaram, logo depois da
Pfizer, que a candidata à vacina contra a covid-19 Spuinik V apresentava 92% de
eficácia. A Sputinik V foi o primeiro imunizante contra a doença registrado no
mundo, em 11 de agosto.