noticias ao minuto -20/07/2020 12:20
A nuvem de gafanhotos que está na província de Corrientes,
Argentina, pode chegar na próxima quarta-feira (22) ao Rio Grande do Sul,
segundo técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural
do Estado. O movimento migratório dos insetos foi impulsionado pela onda de
calor que atingiu a região no último fim de semana. Até a manhã desta
segunda-feira, estima-se que a nuvem esteja entre 120 km e 130 km da fronteira
brasileira - do município gaúcho de Barra do Quaraí.
O tempo quente e seco, favorável para a movimentação dos
insetos, deve permanecer na região até a próxima quinta-feira. Em comunicado, a
Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul informa que aumentou a
vigilância sobre a possível entrada da nuvem no Estado.
"Com essa condição climática, precisamos estar
preparados", afirmou o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da
pasta, Ricardo Felicetti. Ele também disse que a secretaria está apreensiva,
mas preparada para o caso de uma eventual ocorrência da praga no Estado com um
plano operacional de emergência. A eventual chegada dos insetos poderia afetar
a área destinada às culturas de inverno e à pastagem.
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da
Argentina (Senasa) informa que a nuvem de gafanhotos ainda restante no país
permanece na província de Corrientes. Apesar da menor velocidade de
movimentação, o Senasa não afasta a possibilidade de um novo deslocamento dos
insetos, em virtude do aumento da temperatura na região desde domingo. Em um
possível novo voo, os insetos poderiam se deslocar para a província de Entre
Ríos - fronteira com o Brasil.
Conforme o levantamento do Senasa, a área ocupada pelos
gafanhotos abrange um perímetro de 2,7 quilômetros em 36 hectares. Estima-se
que a nuvem tenha 400 milhões de insetos. Em seu comunicado mais recente,
publicado no sábado (18), o Departamento relatou que técnicos do governo
argentino realizaram uma nova aplicação de inseticidas sobre a nuvem.
Produtores gaúchos monitoram também o deslocamento de outra
nuvem de insetos no Paraguai. A nuvem está no Norte do país, cerca de 300 km
distantes da Argentina, segundo o Senasa. Os técnicos do Serviço Nacional de
Saúde e Segurança Vegetal do Paraguai (Senave) tentam localizar os insetos para
aplicação de produtos químicos.