r7 -07/11/2021 12:16
Apesar de o início das chuvas e de melhora nas condições de atendimento do
setor elétrico para este ano e 2022, a situação atual está longe da
“normalidade operativa”, segundo o ONS (Operador Nacional do Nacional do
Sistema Elétrico).
Com isso, o órgão indicou a necessidade de atenção e
monitoramento constante dos níveis dos reservatórios e das medidas emergenciais
determinadas pelo governo.
Segundo o ONS, a medida é fundamental para garantir a
segurança no atendimento e fornecimento de energia, principalmente no próximo
ano, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar reeleição.
“O ONS ponderou que, a despeito da melhoria nas condições de
atendimento eletroenergético tanto para 2021 quanto para 2022, a situação está
longe de caracterizar uma normalidade operativa. Permanece, portanto, a
situação de atenção e o monitoramento continuará a ser respaldado pelos estudos
prospectivos elaborados pelo ONS e pelo acompanhamento das demais medidas
excepcionais em curso, fundamentais para a garantia da segurança do
atendimento, especialmente para 2022”, informou o MME (Ministério de Minas e
Energia) em nota.
Os dados apresentados pelo ONS indicam que as condições de
atendimento e as perspectivas para os próximos meses são positivas, com
destaque para a melhoria do atendimento eletroenergético, por conta do período
de chuvas e da possibilidade de aumento no armazenamento dos reservatórios das
usinas hidrelétricas. Dessa forma, as projeções indicam que, nos cenários
avaliados, não será necessário o uso da “reserva operativa”, ou seja, das
usinas que ficam adicionais, mas sem injetar energia na rede.
A apresentação foi feita pelo ONS nesta sexta-feira, 5,
durante a última reunião da Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão
Hidroenergética).
O colegiado presidido pelo ministro de Minas e Energia,
Bento Albuquerque, e formado por outros ministros do governo, será encerrado
neste domingo, 7, quando a Medida Provisória nº 1.055/2021 perderá validade sem
ser analisada pelo Congresso Nacional.
O grupo foi criado para dar poder ao MME para determinar
medidas para enfrentamento da crise hídrica, a pior já registrada nos últimos
91 anos.
Crise hídrica mundial: veja como diferentes países fazem
para conseguir água
“O ONS ponderou que, a despeito da melhoria nas condições de
atendimento eletroenergético tanto para 2021 quanto para 2022, a situação está
longe de caracterizar uma normalidade operativa. Permanece, portanto, a
situação de atenção e o monitoramento continuará a ser respaldado pelos estudos
prospectivos elaborados pelo ONS e pelo acompanhamento das demais medidas excepcionais
em curso, fundamentais para a garantia da segurança do atendimento,
especialmente para 2022”, informou o MME em nota.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), houve
um aumento significativo de chuvas no País em outubro na comparação com o mesmo
período de 2020, o que contribuiu para melhorar o armazenamento de água nos
reservatórios.
“Apesar de isso, as condições do solo ainda permanecem
bastante secas, impactando a transformação das chuvas em vazões, ou seja, nos
volumes de água que chegam aos reservatórios do País. A expectativa é de
permanência da precipitação em relevantes bacias hidrográficas”, diz o texto.
Mesmo diante dos dados e perspectivas para os próximos
meses, a Creg aprovou a permanência de restrições do uso de água nas usinas
hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera, localizadas no Sudeste/Centro-Oeste,
entre março e outubro de 2022.
Assim, deverão ser adotadas defluências (quantidade de água
liberada das usinas ou reservatórios) mínimas de 2.300 m³/s e 2.900 m³/s de
abril a outubro de 2022, sendo março o mês de transição com redução da
liberação.
“Essa medida busca preservar os usos da água, de forma a
auxiliar a recuperação e reduzir o deplecionamento do armazenamento equivalente
do Sistema Interligado Nacional (SIN), garantindo também a segurança da
operação eletroenergética durante o próximo ano”.
Sobre o encerramento do grupo, o MME informou que os temas
debatidos na Creg continuarão a ser avaliados permanentemente pelo governo
federal por meio da participação, articulação e decisão de diversos setores, de
acordo com as competências de cada órgão ou instituição.
“Conforme registrado, os resultados avaliados ao longo da
reunião evidenciam a assertividade dos esforços empreendidos por todos os seus
membros e respectivas Pastas Setoriais por meio de robusta atuação conjunta”.