Pakistan Times -27/08/2022 18:31
Ao menos 1.200 pessoas morreram devido a eventos associados
com as chuvas que provocam as piores inundações no Paquistão em 81 anos,
informou nesta segunda-feira (2) a agência de notícias France Presse. A rede de
TV americana CNN mantém o saldo 1.100 mortes, enquanto o jornal paquistanês
Pakistan Times publicou que o número de mortos já alcança 1.300.
O jornal paquistanês publicou que apenas na Província de
Khyber Pakhtunkhawa mais de 800 pessoas morreram. Na região, 300 casas foram
totalmente engolidas pelas águas. Muitas histórias dramáticas surgem, como a de
11 membros de uma mesma família que morreram após o telhado de sua casa cair em
Kabal, na mesma Província.
Apenas em Khyber Pakhtunkhawa, ainda há 104 pessoas
desaparecidas. Na região, 90 rodovias e estradas foram danificadas e 58 rotas
de acesso também foram fechadas para o trânsito.
O aumento de mortos ocorreu principalmente por registros nas
regiões do Punjad, Balochistão, Gilgit-Baltistão e Azad Kashmir. Principalmente
na última região, parte da Caxemira, houve um grande número de mortos, que o
Pakistan Times coloca em 494.
O número de afetados em todo o país subiu para 1,5 milhão de pessoas.
Algumas das regiões mais atingidas já são castigadsa pela
violência atribuída aos insurgentes Taleban e a grupos vinculados à rede
terrorista Al Qaeda.
Doenças preocupam autoridades paquistanesas
As autoridades paquistanesas advertiram para a propagação de
cólera e gastrointerites, por causa da falta de água potável, informando que
ainda continuam retirando afetados no Distrito de Swat. O ministro da Saúde da
Província de Khyber Pakhtunkhawa, Syed Zahir Ali Shah, informou que já há casos
de cólera registrados.
- Calculamos que 100 mil pessoas, na maioria crianças,
tenham sido afetadas pelo cólera ou por doenças gástricas. Nossa prioridade
imediata é levá-los para locais seguros e depois dar cuidados sanitário.
Shah disse que equipes médicas foram para a região em
helicóptero.
Diante da magnitude da catástrofe, as ofertas de ajuda
começaram a chegar. O governo americano prometeu, no domingo, uma ajuda de R$
17 milhões (US$ 10 milhões) e o envio de helicópteros, botes, água e artigos de
primeira necessidade.
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas),
Ban Ki-moon, também se comprometeu em ajudar com até R$ 17 milhões (US$ 10
milhões), enquanto a China - também castigada por inundações no nordeste -
anunciou que contribuiria com R$ 2,6 milhões (US$ 1,5 milhão).
A Comissão Europeia anunciou a liberação de uma cifra de R$
68,6 milhões (30 milhões de euros) em ajuda humanitária para o Paquistão.
Enquanto isso, centenas de desabrigados permanecem em
refúgios temporários em Peshawar, a principal cidade da região, e em
Muzafarabad, capital da Caxemira paquistanesa.
Pelo segundo dia consecutivo, centenas de afetados pedem aos
gritos ajuda do governo. Fahimud Din, comerciante de 27 anos da região vizinha
a Peshawar, reclama que não recebeu nem comida.
- Minha família encontrou refúgio em uma escola, mas não
recebemos nem água potável, nem comida, nem medicamentos. Meu filho está doente
de cólera, mas não há médicos.
O exército e o Centro Nacional de Gestão de Catástrofes,
encarregados das operações, destacaram ter socorrido mais de 28 mil pessoas na
Província de Khyber Pakhtunkhawa.
Os serviços paquistaneses de meteorologia destacaram que
estas foram chuvas "sem precedentes" e anunciaram que, durante as
próximas duas semanas, pode-se mais chuva na região.