r7 -03/04/2021 20:56
Sete pessoas que receberam a vacina contra o coronavírus da
AstraZeneca morreram em decorrência de coágulos sanguíneos no Reino Unido, de
um total de 30 casos identificados até agora, após mais de 18 milhões de doses
administradas, informou neste sábado (3) a Agência Britânica de Medicamentos
(MHRA).
Dos 30 casos registrados até 24 de março, "infelizmente
sete faleceram", disse a MHRA em um comunicado enviado à AFP. O regulador
especificou que recebeu, até 24 de março, informações sobre 22 casos de
trombose venosa cerebral e outros oito casos de trombose associada a uma
deficiência plaquetária, de um total de 18,1 milhões de doses
administradas.
"Continuamos examinando cuidadosamente esses
casos", declarou no comunicado a diretora da MHRA, June Raine, observando
que nenhum caso semelhante foi relatado para a vacina anticovid da
Pfizer/BioNTech.
"As vantagens da vacina AstraZeneza na prevenção da
infecção por covid-19 e suas complicações superam claramente os riscos, e o
público deve continuar a receber a vacina", acrescentou.
Na quinta-feira, a MHRA havia informado em um relatório os
efeitos colaterais das vacinas administradas no país, considerando que "o
risco de desenvolver esse tipo de coágulo sanguíneo é muito baixo".
De modo geral, "o número e a natureza dos efeitos
indesejáveis relatados até agora não são incomuns em comparação com outros
tipos de vacinas comumente usadas", explicou a agência.
A vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a
Universidade de Oxford, está sob vigilância em vários países após casos graves
de formação de coágulos sanguíneos, e alguns decidiram suspender sua aplicação
para determinadas faixas etárias.
Este foi o caso da Holanda, que anunciou na sexta-feira que
estava suspendendo as injeções da vacina para pessoas com menos de 60 anos de
idade após novos casos de coágulos.
A Alemanha havia feito o mesmo na terça, seguindo os passos
do Canadá e França (55 anos), Suécia e Finlândia (65 anos).
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) estabeleceu, porém,
na semana passada, que a vacina AstraZeneca é "segura e eficaz" e que
"não está associada" a um risco aumentado de trombose.
Na quarta-feira (31), indicou que não detectou nenhum fator
de risco específico para tais idades, sexo ou antecedências médicos.
País com mais mortes por covid-19 na Europa, com quase 127
mil óbitos, o Reino Unido conduz uma das campanhas de vacinação mais avançadas
do mundo, com mais de 31,3 milhões de primeiras doses e quase 5 milhões de
segundas doses administradas desde o início de de dezembro.