metropoles -15/09/2024 13:57
Com a falta de chuva e o prolongamento da seca, os rios da
Bacia do Rio Amazonas seguem registrando níveis cada vez menores. Entre quinta-feira (12/9) e este
sábado (14/9), três afluentes importantes atingiram as menores marcas da
história, conforme o monitoramento feito pelo Serviço Geológico do Brasil
(SGB). São eles: o Solimões, o Acre e o Madeira. Cada um deles possui um
referencial próprio de medição de nível, mas as baixas são históricas em todos.
Às 8h de quinta-feira, o Rio Solimões em Tabatinga (AM), cidade que fica na
fronteira com a Colômbia, atingiu a marca de -171 mm, a menor registrada, até
então, nesse ponto de medição.
No mesmo dia, às 17h45, foi a vez do Rio Acre, em Rio Branco (AC), que atingiu a cota 126. Ele é um rio que
desagua no Purus, um dos principais afluentes da margem direita do Amazonas.
A capital do Acre é uma das cidades mais atingidas pelas
fumaças dos incêndios florestais. A qualidade do ar chegou a um nível tão baixo, nas últimas semanas, que o
poder público foi obrigado a suspender aulas e a cancelar o desfile em
comemoração ao 7 de setembro.
Rio Madeira: redução de 55 cm em menos de 10 dias
O terceiro rio da Amazônia a atingir a menor marca da série
histórica foi o Rio Madeira, em Porto Velho (RO). Às 12h30 deste sábado, o marcador chegou
aos 41 centímetros, algo inédito no retrospecto do monitoramento, feito no
local desde 1967.
Essa situação era tão inesperada que o SGB precisou trocar a
régua de medição e adotar uma nova, que vai até os centímetros. A redução
contínua do nível do rio Madeira, que é considerado o afluente mais longo e
mais importante do Amazonas, com quase 1,5 mil quilômetros de extensão, começou
em julho deste ano.
No dia 5 de setembro, a água ficou abaixo de 1 metro pela
primeira vez na história e, em menos de 10 dias, o nível baixou mais 55 cm,
atingindo a marca histórica deste sábado.
Assim como no Acre, Rondônia também enfrenta, há meses, a
falta de chuva e a continuidade das queimadas. Voos foram cancelados em Porto
Velho e o governo local editou um decreto orientando para que as pessoas evitem
atividades ao ar livre.
Seca extrema
Além desses pontos críticos nos três rios, existem outros
locais da Bacia do Rio Amazonas que não atingiram marcas históricas, mas que já
vivem contextos de “seca extrema” e “seca”, conforme a classificação do SGB.
Em Ji-Paraná (RO), o rio Ji-Paraná atingiu os 610
centímetros às 12h15 deste sábado. Ele e o Rio Solimões, em Fonte Boa (AM),
aparecem classificados como “seca extrema” no sistema do SGB.
Na cidade amazonense, o Solimões atingiu a cota de 1.014 cm
às 12h deste sábado. O menor nível atingido na história pelo rio, nesse ponto
de medição, foi 802 cm.
Outros três pontos da bacia do Amazonas estão classificados
como “seca”. De acordo com o SGB, a situação se apresenta assim, nos seguintes
locais:
Rio Purus, em Beruri (AM): atingiu os 623 cm às 19h deste
sábado. Para atingir o nível de “seca extrema”, precisa chegar a 530 cm;
Rio Solimões em Itapéua, comunidade em Coari (AM): atingiu
os 294 cm às 8h de terça-feira (10/9). Se baixar para 200 cm, passa a ser
classificado como “seca extrema”;
Rio Solimões em Manacapuru (AM): atingiu os 619 cm às 18h15
deste sábado. A “seca extrema” só será alcançada, caso ele chegue a 288 cm.