AFP -19/03/2023 11:25
Chega a 13 o número de pessoas que morreram durante um terremoto de magnitude 6,8 que atingiu o Equador no
sábado (18). O tremor de terra provocou estragos também no Peru, onde uma morte
foi reportada.
O tremor ocorreu às 12h12 locais (16h12 de Brasília) e teve
seu epicentro no município equatoriano de Balao, a cerca de 140 km do porto de
Guayaquil, e a uma profundidade de 44 km, indicaram autoridades.
A presidência do Equador publicou um balanço de 13 mortos:
11 na província de El Oro e dois na província de Azuay. O saldo anterior era
12.
O governo indicou ainda que "há pessoas feridas que
estão sendo atendidas oportunamente nos hospitais", mas não deu números.
Na cidade peruana de Tumbes, fronteira com o Equador, uma
menina de quatro anos morreu após ser atingida por um tijolo na cabeça, de
acordo com informações oficiais.
"Lá onde está a poça de sangue, estava brincando com
minha outra sobrinha e um bloco caiu sobre ela", disse David Alvarado, tio
da criança, à AFP.
O terremoto foi sentido com mais força no sul do Equador,
onde as pessoas saíram correndo às ruas. Uma das cidades mais afetadas foi
Cuenca.
"As pessoas saíam correndo, gritavam desesperadamente,
todos saíam dos carros [...] desesperadas, corriam, gritavam, choravam",
contou à AFP Magaly Escandón, uma vendedora de artigos de costura na cidade
andina.
Em Cuenca, a fachada de uma casa desabou sobre um veículo e
deixou "uma pessoa falecida".
Lá perto, na província de El Oro, três pessoas morreram na
queda de uma torre, indicou a Secretaria de Gestão de Riscos do Equador.
O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, viajou para El
Oro, onde visitou os feridos em um hospital, e depois irá para Azuay.
“Acabei de terminar a visita à cidade de Machala [...] e
ratifiquei o apoio do governo, a disponibilização de recursos”, disse Lasso num
vídeo no Twitter.
Apelo à calma
O abalo sísmico deixou prédios desmoronados, paredes
rachadas e veículos esmagados por escombros.
No centro histórico de Cuenca, houve danos em algumas casas
antigas. Algumas estradas perto do município foram bloqueadas por deslizamentos
de terra.
Outras cidades também sentiram o tremor, como Quito, Manabí
e Manta, segundo usuários nas redes sociais.
Mais cedo, Lasso fez pelo Twitter um "apelo à calma e a
se informar por canais oficiais".
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o
evento teve uma magnitude de 6,8.
Em nota, o governo do Chile expressou sua
"solidariedade" com as vítimas no Equador e afirmou que até o momento
não há relatos de chilenos afetados pelo terremoto.
Com menor intensidade, o terremoto atingiu a costa norte e
central do Peru. Em Tumbes, afetou 46 pessoas e 12 casas, segundo relatório
oficial.
Autoridades sismológicas do país relataram uma magnitude de
7,0 no momento do tremor, mas horas depois corrigiram a medição para 6,7.
Dois por ano
Desde o meio-dia de sábado, bombeiros e policiais trabalham
para remover destroços e resgatar possíveis vítimas.
A memória do devastador terremoto de 2016 continua no ar no
Equador. Com uma magnitude de 7,8, o sismo deixou 673 mortos e destruiu
localidades costeiras, com perdas próximas dos US$ 3,3 bilhões (R$ 17,4
bilhões).
"É uma magnitude relativamente alta para o que temos no
país. Na área do golfo de Guayaquil, temos tido mais ou menos desde 2017 cerca
de dois terremotos com magnitude superior a 5,0 por ano", afirmou Mario
Ruiz, diretor do Instituto Geofísico equatoriano, em entrevista à rádio FM
Mundo.
Segundo o Instituto Oceanográfico e Antártico da Marinha do
Equador, o tremor "não reúne as condições necessárias para gerar um
tsunami" no Pacífico.