r7 -18/01/2023 13:26
Um dos principais estudos de uma vacina contra o HIV do
mundo, o Mosaico, mostrou que o imunizante Ad26.Mos4.HIV, da Janssen, braço
farmacêutico da Johnson & Johnson, é seguro, mas ineficaz.
O estudo de fase 3, chamado de Mosaico, envolveu 3.900
voluntários de 18 a 60 anos na Europa, América do Norte e América do Sul. Com
os resultados, o trabalho será descontinuado, informou nesta quarta-feira (18)
o NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos).
No Brasil, o estudo foi realizado em oito centros de
pesquisa, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Amazonas.
O foco eram HSH (homens que fazem sexo com homens) e
transsexuais.
"Os participantes estão sendo notificados sobre os
resultados e análises adicionais dos dados do estudo estão sendo planejadas",
complementa o NIH.
A vacina desenvolvida pela Janssen usa como vetor um vírus
de resfriado comum (adenovírus 26) para levar imunógenos "mosaicos",
que têm vários subtipos de HIV, com objetivo de induzir respostas imunes contra
uma variedade de cepas globais do vírus.
Os participantes recebiam quatro injeções ao longo de um
ano, sendo que as últimas duas envolviam uma formulação de proteína de envelope
de HIV bivalente, "combinando proteínas de envelope dos clados C gp140 e
gp140 de mosaico, adjuvantadas por fosfato de alumínio para aumentar as
respostas imunes", explicou o NIH.
Todas as doses foram aplicadas nos voluntários até outubro
do ano passado.
O Conselho Independente de Monitoramento de Dados e
Segurança, DSMB na sigla em inglês, iniciou a revisão dos dados recentemente e
concluiu que não havia problemas com a segurança do imunizante.
"No entanto, o número de infecções por HIV foi
equivalente entre os braços de vacina e placebo do estudo. Durante o ensaio
clínico, todos os participantes receberam ferramentas abrangentes de prevenção
do HIV, incluindo profilaxia pré-exposição ou PrEP. A equipe do estudo garantiu
que os participantes que contraíram o HIV durante o estudo fossem encaminhados
imediatamente para cuidados médicos e tratamento", diz a nota.
Este é o segundo revés do mesmo imunizante. Em 2021, testes em mulheres jovens na África subsaariana tiveram
desfecho semelhante.