hernandes dias lopes -28/01/2023 22:40
“Vós, porém, besuntais a verdade com mentiras e vós todos sois médicos que não valem nada” (Jó 13.4).
Jó foi o homem mais piedoso de sua geração. Deus falando a
seu respeito, disse que não havia ninguém na terra semelhante a ele, homem
íntegro, reto e que se desviava do mal. Jó era o homem mais rico de sua geração
e ao tempo o homem mais piedoso. Jó era um pai exemplar e, também, um homem
generoso. Era os olhos do cego, as pernas do aleijado e provedor das viúvas.
De forma misteriosa e incompreensível, Jó foi duramente
provado. Satanás acusou Jó de servir a Deus por interesse e afirmou que ele amava
mais ao dinheiro, à família e a si mesmo do que a Deus. Sem que Jó soubesse,
Deus o constituiu em seu advogado na terra e colocou em suas mãos a sua defesa.
Isso porque Satanás também insinuava que Deus estava subornando Jó com bênçãos
para receber dele adoração.
Uma tempestade atrás da outra caiu sobre a cabeça de Jó e
ele foi golpeado e provado nas cinco áreas mais importantes da vida:
financeira, filhos, saúde, casamento e amizades. Sendo o homem mais rico, Jó
foi à falência. Sendo um pai zeloso, sepultou todos os seus dez filhos num
único dia. Sendo um homem saudável, foi acometido de uma doença maligna. Quando
Jó estava no fundo do poço, sofrendo de forma atroz, sua mulher recomendou-o a
amaldiçoar a Deus e morrer. Seus amigos vieram para consolá-lo e se
transformaram em consoladores molestos. Jó foi acusado de ladrão, adúltero,
louco e aproveitador. Foi para defender-se das acusações levianas de seus
amigos que Jó profere as palavras em epígrafe.
Destacamos, aqui, duas lições:
Em primeiro lugar, os críticos acreditam que
suas acusações são verdadeiras, mas elas não passam de deslavadas
mentiras. Os críticos têm uma falsa teologia e adotam uma falsa
hermenêutica. Acham que o sofrimento de Jó era um castigo divino, por causa de
seus muitos e graves pecados. Porém, a verdade dos críticos estava besuntada de
mentiras. Eles faltaram com a verdade. Eles foram injustos em suas ponderações.
Eles foram cruéis em suas acusações. Eles foram refutados por Jó e reprovados
por Deus. Eles precisaram voltar a Jó e reconhecer que estavam errados a seu
respeito.
Em segundo lugar, os críticos querendo ser
terapeutas da alma não passam de médicos inúteis. Os críticos, do alto de
sua arrogância, pousam de médicos, com o propósito de diagnosticar a doença
moral de Jó e curar suas feridas. Mas, eles estavam errados no diagnóstico e
nos recursos terapêuticos. Eles não conheciam a Deus, a Jó nem a si mesmos.
Besuntados de mentiras, aplicavam vinagre nas feridas de Jó, agravando ainda
mais seu sofrimento. Jó os chamou de médicos inúteis, que para nada servem. Jó
foi restaurado por Deus, mas os seus críticos precisaram ir a Jó pedindo
orações para que Deus os restaurasse.
Os críticos estão por todo lado. Ao ver a desdita do próximo,
logo sobem para o alto de sua torre de marfim e despejam de lá suas palavras
mentirosas, que para nada mais prestam senão para acicatar os justos. Esses
críticos pousam de médicos e terapeutas da alma, mas afligem o próximo com suas
falsas ações medicamentosas. São mentirosos metidos de paladinos da verdade.
São médicos inúteis travestidos de terapeutas eficazes. Suas palavras ferem
como espada. Seus remédios são venenos mortíferos. Que Deus nos livre das
línguas mentirosas e das mãos opressoras.