hernandes dias lopes -05/02/2023 16:39
“Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lhe ensinou sua mãe” (Pv 31.1).
As mães são mestras do bem. As palavras da sabedoria e a
instrução da bondade estão em seus lábios. Abraão Lincoln, o estadista
americano, afirmou: “as mãos que embalam o berço governam o mundo”. As mães
forjam o caráter daqueles que vão ascender ao poder e governar. O rei Lemuel,
não apenas recebe instruções de sua mãe (Pv 31.1-9), mas, do topo do mundo,
proclama esses conselhos para que todos aprendam. Quais foram esses conselhos?
Em primeiro lugar, cuidado com relacionamentos
ilícitos (Pv 31.3). O poder, a riqueza e o prestígio de um rei atraem
muitos relacionamentos ambiciosos e muitos reis perdem sua honra e abalam o seu
reino por se entregarem à essas aventuras. Exemplo disso foi o rei Salomão. Ele
se envolveu com muitas mulheres. Corrompeu o seu coração. Levantou altares
pagãos para agradar essas mulheres e afastou-se do caminho da sabedoria. O
jovem rei Lemuel não deveria dar às mulheres a sua força nem os seus caminhos a
essas aventureiras sedutoras.
Em segundo lugar, cuidado com a embriaguez, pois um rei
bêbado é uma tragédia (Pv 31.4,5). Os reis precisam estar sóbrios a todo
tempo, pois constantemente estão tomando decisões importantes e a ausência de
sobriedade provocada pela embriaguez tira desses governantes o discernimento
necessário para agirem com sabedoria e misericórdia.
Um governante alcoolizado, esquece-se da lei e perverte o
direito dos aflitos. Em vez de defender o inocente, privilegia o culpado. Em
vez de governar com probidade, promove a corrupção. Governança e embriaguez não
andam de mãos dadas. O trono regado de vinho torna-se uma ameaça para o povo e
um pesadelo para a nação.
Em terceiro lugar, alivie a dor do aflito (Pv
31.6,7). O texto não incentiva a distribuição de bebida forte aos que perecem e
aos amargurados de espírito. A bebida forte e o vinho eram usados como
anestésicos aos infelizes que eram condenados ou aos pacientes com dores
atrozes. Nesse caso, o vinho e a bebida forte eram usados como remédio, para
aplacar a dor e para atenuar o sofrimento das pessoas amarguradas.
Não há, portanto, aqui, nenhuma contradição com os versos
precedentes, onde o vinho é impróprio para reis que devem ter a mente lúcida
para governar. Os amargurados de espírito devem ter alívio de seu sofrimento e
esquecimento de seus dramas pessoais. Longe deste texto estar incentivando a
embriaguez, está encorajando a prática da misericórdia àqueles que estão
padecendo sofrimento atroz.
Em quarto lugar, seja a voz do mudo e o defensor dos
desamparados (Pv 31.8). O governante precisa ser ativo na defesa dos
desamparados. Precisa ser a voz do mudo, os olhos do cego e as pernas do
aleijado. O rei precisa ser o advogado do pobre, o defensor dos órfãos e o
protetor dos desassistidos. Estes precisam encontrar no governante um porto
seguro, um lugar de abrigo e refúgio.
Aqueles que governam devem fazer isso, não como uma política
populista, para dar esmolas ao povo e se perpetuarem no poder. O rei não é dono
do povo, mas servidor dele. O rei é ministro de Deus, para servir ao povo em
vez de servir-se do povo.
Em quinto lugar, defenda a causa do pobre (Pv
31.9). Os reis não podem ser covardes na hora de tomar decisões em favor dos
pobres e necessitados. Cabe-lhes a defesa da verdade e a prática da justiça. A
omissão é um crime covarde quando os pobres e necessitados estão sendo
oprimidos nos tribunais. O silêncio dos governantes pode custar a vida de
inocentes e estrangular a esperança deles. O rei precisa abrir a boca e não se
calar nessas horas. Precisa julgar retamente, sem favorecer apaniguados e sem
torcer a lei em favor dos poderosos.
O trono do rei precisa ser um reduto de justiça e não de
conchavos. O rei que rouba ou deixar roubar em seu governo destrói sua
reputação e cava uma sepultura para seu governo. Por isso, os reis precisam ser
puros, sóbrios, misericordiosos e íntegros. Eis os conselhos de uma mãe!