hernandes dias lopes -03/12/2022 22:45
ATOS DOS APÓSTOLOS é o livro que trata das grandes
intervenções de Deus na vida da igreja. O extraordinário de Deus acontecia no
ordinário da vida dos cristãos. Conversões abundantes, curas milagrosas e
libertações inusitadas faziam parte da agenda da igreja. Apesar da oposição das
autoridades religiosas e políticas, a igreja avançava com redobrado entusiasmo.
A igreja estava para dar um passo decisivo de expansão,
quando o Rei Herodes Agripa I, para agradar aos judeus, passou ao fio da espada
o apóstolo Tiago, irmão de João e mandou prender Pedro, num cárcere de
segurança máxima. A morte de Tiago e a prisão de Pedro eram uma clara evidência
de que inimigos se unem quando se trata de perseguir a igreja.
Os judeus não gostavam de Herodes, seja pela sua origem
edumeia ou pela sua cultura romana. Porém, sem qualquer escrúpulo se
mancomunaram para derramar sangue e oprimir a igreja cristã. A situação era
sombria. O poder eclesiástico e o poder político dominavam o pesado ambiente de
perseguição. Apesar dessa providência carrancuda, porém, a igreja se pôs a orar
a Deus em favor de Pedro.
É digno de destaque que a oração é o recurso mais poderoso
neste mundo. Quando os joelhos se dobram na terra, o braço onipotente de Deus é
acionado no céu. A oração une a fraqueza humana à onipotência divina. A oração
conecta o altar da terra com o trono do céu. Quando a igreja ora, o céu se
move, o inferno treme e coisas extraordinárias acontecem na terra.
Herodes Agripa I parecia supremo no controle da situação.
Pedro estava algemado, sob quatro escoltas de quatro soldados cada uma.
Humanamente era impossível ao pescador galileu evadir-se dessa prisão de
segurança máxima. Nenhum poder religioso ou político estava a seu favor. Porém,
a igreja estava em oração por ele.
Então, Deus vira a mesa da história e muda o placar do jogo.
O Senhor enviou um anjo até à prisão na última noite, antes da execução de
Pedro. Ele estava dormindo. O anjo acordou-o. Deu ordens para ele se colocar em
pé e vestir-se. O anjo acordou Pedro e fez os guardas dormirem. Tirou as
algemas de Pedro e conduziu-o para fora da prisão bem debaixo do nariz dos
guardas sem que eles nada vissem. Pedro foi poupado da morte e os guardas
justiçados. Pedro viveu e os guardas morreram.
Longe do vento da perseguição intimidar Pedro e pôr um ponto
final em seu ministério, levou-o para novos horizontes, ampliando o seu
trabalho missionário. A perseguição nunca paralisou a igreja. Prisões, açoites,
feras e fornalhas jamais destruíram a igreja.
As portas do inferno não podem prevalecer contra a igreja de
Cristo. A igreja acuada é, agora, a igreja mais despertada. O apóstolo prisioneiro
é agora um missionário que cruza a fronteira e vai espargir a luz do evangelho
em terras mais longínquas. Os inimigos queriam calar a voz da igreja, mas a
palavra do Senhor crescia e se multiplicava.
Herodes desceu a Cesaréia e foi aplaudido como um deus pelos
moradores de Tiro e Sidom. Porque aceitou uma bajulação blasfema, o Senhor
enviou um anjo para feri-lo e comido de vermes, expirou. O opressor morre, o
oprimido fica livre. Quem estava para morrer, viveu; quem estava vivo, foi
ceifado pela morte.
Um anjo liberta Pedro das algemas; outro anjo coloca as
algemas da morte em Herodes. Deus vira o placar do jogo e a igreja avançou
ainda mais, pois Barnabé e Saulo que estavam em Jerusalém nesse tempo, voltam
para Antioquia da Síria, levando o jovem João Marcos, para dar início às
viagens missionárias pelas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia
Menor.
Em vez da igreja fechar as portas por causa da perseguição,
a igreja alargou as suas portas, avançou corajosamente, empunhando o estandarte
do evangelho nas longínquas províncias do império romano e chegou até Roma.
Ninguém pode deter a igreja de Cristo. Nem fogo nem feras, nem prisões nem
açoites. Em três séculos, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do
império romano. Deus mudou o placar do jogo!