hernandes dias lopes -20/06/2021 10:44
Referência: Mateus 27.33-56
1. A cruz de Cristo é pré-histórica. Ela estava encrustrada
no coração de Deus antes da fundação do mundo:
a) 1 Pe 1:18-20 –
b) Ap 13:8 –
c) At 2:23
2. O Calvário não foi um acidente, mas um plano divino.
Cristo veio para morrer. A morte na cruz sempre esteve em sua agenda: ele
profetizou várias vezes que veio para morrer. Ele não morreu como um mártir.
Ele voluntáriamente deu a sua vida. Ele é o Cordeiro que tira o pecado (Jo
1:29). Ele é como a serpente levantada (Jo 3:14). Ele é o pastor que dá a sua
vida pelas ovelhas (Jo 10:11-18). Ele é o grão de trigo que cai e morre para
produzir muitos frutos (Jo 12:20-25).
3. Cristo foi para a cruz não apenas porque os judeus o
entregaram por inveja. Não apenas porque Judas o traiu por dinheiro. Não apenas
porque Pilatos o condenou por covardia. Cristo foi para a cruz porque o Pai o
entregou por amor. Cristo foi para a cruz porque ele se entregou a si mesmo por
nós.
4. O calvário é o maior drama da história. O calvário é o
palco da justiça de Deus: seu consumado repúdio ao pecado e também é o palco do
infinito amor de Deus: pois ali ele não poupou o seu próprio Filho para nos
salvar. A cruz de Cristo é o nosso êxodo, a nossa libertação.
5. Vejamos as cenas desse maior drama da história:
I. AS ACUSAÇÕES CONTRA JESUS CRISTO NA CRUZ
Jesus foi acusado pelo Estado e pela Religião. O povo
amotinado e insuflado pediu sua condenação. Chamaram-se testemunhas. Ele foi
acusado, julgado, sentenciado e condenado à pena de morte. Mas as acusações
eram falsas, as testemunahas foram subornadas e a condenação o mais perverso
erro judicial da história.
1. Jesus foi acusado de sedição política – v. 37
Os judeus por inveja o acusaram de sedição política.
Colocaram-no contra o Estado, contra Roma, contra César. Questionaram as suas
motivações e a sua missão. Acusaram-no de querer um trono, em lugar de abraçar
uma cruz.
A acusação contra Cristo é que ele era o “Rei dos judeus”.
Essa acusação foi pregada em sua cruz em três idiomas: hebraico, grego e latim.
O Hebraico é a língua da religião. O grego é a língua da filosofia e o latim é
a língua da lei romana. Tanto a religião, como a filosofia e a lei se uniram
para condenar a Jesus, mas ele fez da sua cruz um instrumento para salvar
homens do mundo inteiro.
2. Jesus foi acusado de blasfêmia – v. 40b
Os judeus ficaram chocados, escandalizados e perplexos
quando Jesus se apresentou como Filho de Deus. Eles rasgaram suas vestes,
dizendo: ele blasfema! Agora, escarnecem dele na cruz.
3. Jesus foi acusado de ser um impostor – v. 40a
Eles não tinham olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, nem
corações para entender o que Jesus falava. Eles pensavam que Cristo se referia
ao templo de Herodes, enquanto Jesus falava do seu corpo, de sua morte e
ressurreição (Jo 2:19).
4. Jesus foi acusado de ser Salvador – v. 42
“Salvou os outros e a si mesmo não pode salvar”. Mas se
Jesus salvasse a si mesmo, não poderia nos salvar. Ele morreu para vivermos.
5. Jesus foi acusado de usar indevidamente o nome de Deus –
v. 43
Eles pensavam que Jesus era um embusteiro (v. 63), um
mentiroso, um lunático que procurava enganar os fracos ao afirmar que confiava
em Deus e que Deus lhe queria bem.
II. O DESAMPARO DE JESUS CRISTO NA CRUZ
1. Jesus foi desamparado pelo povo – v. 39
O mesmo povo que viu seus gloriosos milagres, que o viu
levantando os paralíticos, curando os cegos, purificando os leprosos e
ressuscitando os mortos, agora zombam de Cristo, agora escarnecem do Filho de
Deus.
2. Jesus foi desamparado pelos líderes – v. 41
Aqueles que conheciam a Palavra de Deus, também zombaram de
Cristo. Eles escarneceram do Filho de Deus.
3. Jesus foi desamparado pelos ladrões que foram
crucificados com ele – v. 44
Os próprios companherios de desdita também se insurgiram
contra Cristo. Eles também atiram setas venenosas contra o Filho de Deus.
4. Jesus foi desamparado pelo próprio Pai – v. 46
O universo inteiro se contorceu de dores. O sol escondeu o
seu rosto. As trevas inundaram a terra. Cristo se fez pecado por nós. Ele foi
feito maldição por nós. Ele desamparado pelo próprio Pai. Deus puniu o nosso
pecado nele. Ele bebeu sozinho o cálice da ira de Deus.
III. AS PALAVRAS DE JESUS CRISTO NA CRUZ
1. Palavras em relação às pessoas às pessoas
a) Palavra de perdão – “Pai, perdoa-lhes, porque eles não
sabem o que fazem” (Lc 23:34).
b) Palavra de salvação – “Hoje mesmo estarás comigo no
paraíso” (Lc 23:39-43).
c) Palavra de afeição – “Mulher, eis aí o teu filho – Eis aí
tua mãe” (Jo 19:25-27).
2. Palavra em relação a Deus
a) Palavra de desemparo – “Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” (Mt 27:45-49). Houve trevas sobre toda a terra ao meio dia.
Sede, desamparo e agonia são um símbolo do próprio inferno. Foi na cruz que
Cristo desceu ao inferno. Foi ali que ele se fez pecado. Foi ali que ele bebeu
o cálice da ira de Deus por nós. Foi ali que ele suportou o justo castigo que
os nossos pecados merecem. A nova praga do Egito foram três dias de trevas,
seguido da última praga, a morte dos primogênitos (Ex 10:22-11:9). As trevas no
calvário foram uma proclamação de que o Cordeiro de Deus seria imolado pelos
pecados do mundo. Os homens pensaram que Cristo clamava por Elias. Havia não
apenas trevas na terra, mas também em suas mentes e corações.
3. Palavras em relação a si mesmo
a) Palavra de agonia – “Tenho sede” (Jo 19:28-29).
b) Palavra de vitória – “Está consumado” (Jo 19:30).
c) Palavra de rendição – “Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito” (Lc 23:46).
IV. O IMPACTO DA MORTE DE JESUS CRISTO NA CRUZ
1. O sol escondeu o seu rosto e as trevas encheram a
terra – v. 45
A natureza fazia coro e se identifica com o sofrimento do
Filho de Deus. Naquele momento ele foi feito pecado por nós. Naquele momento
Deus fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.
2. Acabou a hierarquia espiritual – v. 51
Agora judeus e gentios têm livre acesso a Deus por meio de
Cristo. Agora não precisamos de um sacerdote, de um mediador para entrarmos no
santo dos santos. Agora um novo e vivo caminho foi aberto para o céu, para o
trono de Deus.
O véu rasgado simboliza a consumação da obra de Cristo. O
caminho para Deus foi aberto. Jesus conclui a obra da salvação na cruz. O véu
rasgado significa que Cristo venceu o pecado.
3. Abalou e mudou as estruturas engessadas – v. 51
Quando a lei foi dada no Sinai, houve um terremoto. Agora o
terremoto significa que as demandas da lei foram cumpridas na morte de Cristo.
O terremoto significa que a maldição da lei foi abolida para sempre por causa
da morte de Cristo. A morte de Cristo provocou não apenas um terremoto físico,
não apenas um abalo sísmico, mas também a morte de Cristo abalou e mudou todas
as estruturas da sociedade. As estruturas políticas, econômicas, sociais,
morais e espirituais foram mudadas.
4. Destruiu a dureza das pedras – v. 51
Não apenas as pedras se fenderam, mas os homens pedras têm
seus corações também quebrados com a morte de Cristo. Pela morte de Cristo
homens como Saulo, Agostinho, Lutero são transformados em homens santos, cheios
do Espírito.
5. Destruiu o poder da morte – v. 52
1. Cristo matou a morte com a sua morte. É a morte da morte
na morte de Cristo. A morte já não tem a última palavra. Cristo com sua morte
tirou o aguilhão da morte. Agora a palavra final não é da sepultura. Cristo
entrou nas entranhas da morte e venceu a morte e todo aquele que nele crê não
morrerá eternamente. Os túmulos abertos signicam que Cristo venceu a morte.
CONCLUSÃO
O centurião reconheceu que Cristo de fato é o Filho de Deus
(v. 54). O povo saiu do calvário batendo nos peitos e lamentando. A cruz não
foi uma derrota. Ela é o nosso triunfo.
Na cruz Jesus venceu o diabo – lá ele expôs o diabo e suas
hostes ao desprezo e triunfou sobre eles (Cl 2:14). Lá ele desfez as obras do
diabo (1 Jo ).
Na cruz Jesus nos justificou, nos perdoou, nos reconciliou
com Deus, e nos deu a sua paz.
A cruz de Cristo é a nossa morte para o pecado. Ela é a
nossa mensagem, a nossa glória!