hernandes dias lopes -14/08/2022 10:00
A vida não é apenas curta, mas, também, a morte é certa. A
morte chega e chega para todos. Chega, às vezes, sem aviso prévio e coloca sua
mão gelada sobre todos indistintamente. A morte nivela todos os homens. É o
sinal de igualdade na equação da vida.
Morrem os reis e os vassalos. Morrem os médicos e os
pacientes. Morrem os ricos e os pobres. Morrem os doutos e os iletrados. Morrem
os velhos e os jovens. Morrem os pios e os incréus. Não há medicina tão eficaz
que nos livre da caçada da morte. Não há caverna tão profunda que a seta da
morte não nos atinja.
A Bíblia diz que a morte é uma sentença divina. Deus disse
ao homem transgressor: “Porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19). Diz ainda
mais a Escritura: “Ao homem está ordenado morrer...” (Hb 9.27). Salomão, na
ânsia de encontrar o sentido da vida, chega à dolorosa conclusão que morre
tanto o sábio quanto o tolo (Ec 2.16).
Nem a sabedoria nem a loucura mantém do lado de fora da
porta essa inimiga assustadora. Podemos adquirir conhecimento, amealhar fortunas
e alcançar o apogeu da glória humana, mas nada disso poderá nos esconder da
morte. Certamente a vida é curta e a morte é certa.
Será, então, que a vida faz sentido? Será que a morte coloca
um ponto final em nossa esperança? Debaixo do sol, a vida é uma corrida atrás
do vento e a morte é o apagão das lembranças. Porém, em Cristo a vida é bela e
a morte é bem-aventurança.
A Escritura diz que Cristo é a nossa vida. Ele veio
para nos dar vida e vida em abundância. Nele temos a própria vida eterna. Para
aquele que está em Cristo, a morte não é o fim trágico. Jesus arrancou o
aguilhão da morte, matou a morte e ressuscitou, inaugurando a imoralidade. Ele
é a ressurreição e a vida.
Para aquele que está em Cristo, morrer é lucro, pois morrer
é deixar o corpo e habitar com o Senhor. É partir para estar com Cristo, o que
é incomparavelmente melhor. Aqueles que morrem no Senhor são bem-aventurados.
Sua memória jamais será apagada, pois viveremos com Cristo por toda a
eternidade, deleitar-nos-emos nele e reinaremos com ele, pelos séculos dos
séculos.
Hoje podemos celebrar a vida sem medo da morte. Podemos
alçar nossa voz e proclamar como Paulo, o paladino da fé: “Para mim o viver é
Cristo e o morrer é lucro” (Fp 1.21).