hernandes dias lopes -15/08/2021 16:57
“… porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19).
Pó é o que fomos, o que somos e o que seremos. Deus criou o
homem do pó da terra e sentenciou-o a voltar ao pó. O homem não é o que é, mas
o que foi e o que há de ser. Só Deus pode dizer: “Eu sou o que sou”. Porque o
homem foi pó e voltará ao pó, então é pó. Deus fez o homem do pó e soprou em
suas narinas o fôlego da vida. O homem é pó levantado na vida e pó caído na
morte. Quando o vento sopra, o pó se levanta. Quando o vento cessa, o pó cai.
Cai em casa, no hospital, na rua. Pó levantado na vida. Pó caído na morte. Mas
sempre pó.
Não é difícil entender o pó que fomos, pois Deus fez o homem
do pó da terra. Não é difícil entender o pó que seremos, pois basta visitar uma
tumba e ler as letras grafadas na lápide fria: “Aqui jaz”. Para que não haja
qualquer espaço de vaidade em nosso coração, a Escritura diz que Deus conhece a
nossa estrutura e sabe que somos pó. Vejamos esses três aspectos da realidade
humana.
Em primeiro lugar, o pó que fomos. O homem é
terreno. Foi feito do pó da terra. Sua origem é daqui de baixo. Antes de
recebermos o sopro divino éramos apenas pó inerte e sem forma. Sem o sopro de
Deus, somos pó caído. Quando sopra o vento, então somos pó levantado. Mas,
quando o sopro divino se vai, voltamos a ser pó caído. Pó levantado na vida; pó
caído na morte. Quando a morte acontece? A morte acontece quando a alma se
separa do corpo. Então, o corpo que que foi feito do pó, volta ao pó.
Em segundo lugar, o pó que somos. Se o homem veio
do pó e voltará ao pó, então é pó. Nosso breve percurso entre o berço e a
sepultura é um traço entre pó e pó. Porque o homem não é o que é, mas o que foi
e o que há de ser; porque o homem veio do pó e voltará ao pó, então é pó. Pó no
começo da vida, pó durante a vida e pó no final da vida.
Pó levantado na vida; pó caído na morte. Para que não haja
qualquer altivez no coração do homem, Deus o sentencia: “Tu és pó”. Mas como
entender o pó que somos? Como compreender o pó que anda, que corre, que chora,
que ri? Esse é o pó levantado na vida. Feito do pó, recebemos vida, o sopro
divino.
Então nascemos, crescemos, amadurecemos e morremos. Nesse
breve ou longo percurso, sempre pó. Por que, então, tantas diferenças entre os
homens? Por que tantos preconceitos e tantas vaidades? Viemos todos do pó.
Voltaremos todos ao pó. Somos todos pó. O pó não tem vida em si mesmo. Ele não
pode dar vida a si mesmo. Porque somos pó, somos totalmente dependentes de
Deus. Se ele cortar nosso oxigênio, caímos e viramos pó. Oh, mas Deus soprou
nas narinas do homem o fôlego da vida e ele passou a ser alma vivente.
Então foi concebido, gestado, nascido, crescido. Então
viveu, cresceu, trabalhou e fez notório o seu nome. Oh, o pó levantado na vida,
foi criado à imagem e semelhança de Deus, o criador. Por isso, pode
relacionar-se com ele, conhecê-lo, amá-lo e glorificá-lo. Quando o corpo feito
do pó voltar ao pó, então, a alma voltará para Deus.
Em terceiro lugar, o que pó que seremos. A
sentença divina ao pecador foi: “Tu és pó e ao pó tornarás”. Porque o salário
do pecado é a morte, a morte passou por todos os homens, porque todos pecaram.
O pó levantado na vida, torna-se pó caído na morte. Na sepultura, todos viram
pó, sem os adereços da vaidade. O pó caído, entretanto, não é nossa realidade
final.
A sepultura não é nosso último endereço. Quando Jesus voltar
em seu poder e glória, nosso corpo mortal, corruptível, fraco e cheio de
desonra, ressuscitará incorruptível, poderoso, glorioso, espiritual e
celestial, semelhante ao corpo da glória do Senhor Jesus!