Pr. Hélder Rodrigues de Souza -23/08/2020 18:25
A fé vai muito além do sentimento, é uma convicção. Quando Jesus andava sobre as águas em meio a tempestade, Pedro ousou: “se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas” (Mt 14.26). A confiança plena do apóstolo nas palavras de Cristo o fez literalmente pairar sobre a aguaceira…
Que cena! A fé nos dá a capacidade de transpormos a barreira do impossível,
pois o alicerce da fé é a palavra de Deus, e não, as circunstâncias. Porém,
quando deixamos o sentimento aflorar naufragamos: “mas, quando reparou no
vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me” (v.
30).
O apóstolo submergiu porque deixou que seu sentimento, o medo, falasse mais
alto do que a palavra do Messias.
Do mesmo modo, muitos crentes deixam a volatilidade dos sentimentos
determinarem sua fé. A postura de Tomé é reproduzida na vida de milhões de
cristãos: “se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu
dedo onde estavam os pregos, não puser a minha mão no seu lado, não crerei” (Jo
20.25).
A declaração de Tomé é o oposto da fé – convicção nos fatos que não se vêem (Hb
11.1) – ele deseja uma constatação, uma prova material, concreta.
Contudo, a fé não se apóia numa realidade física, mas no convencimento do Espírito Santo que a Palavra de Deus é real e não pode cair ao vento… Nas palavras do próprio Cristo a Tomé: “Por que me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram” (Jo 20.29).
O profeta Jeremias declarava: “enganoso é o coração, mais do que todas as
coisas” (Jr 17.9). É o coração que “bombeia” nossos sentimentos, logo, se
deixarmos que os sentimentos ditem nossa fé estaremos constantemente afundando
nas tempestades da vida ou clamando para “colocar o dedo” nos resultados.
A fé é um dom divino (Ef 2.8), vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), mas
que pode e deve ser exercitada (Mt 17.20) assim como um grão de mostarda que se
desenvolve até se tornar um ramo.
Quanto mais nos apoiarmos nas Sagradas Escrituras e orarmos mais intensa será a
manifestação da glória de Deus, produzindo em nós experiência e convicção no
poder e na fidelidade divina.
É verdade que a fé nos dá um sentimento de descanso e paz, mas no caso de
Pedro, o impulso veio da fé. O apóstolo Paulo ensinava: “Seja a paz de Cristo o
árbitro de vosso coração” (Cl 3.15). Assim, podemos ter notícias bombásticas
que afetem nosso coração, não obstante, podemos crer e descansar nas promessas
divinas, pois Deus nos dá a paz que excede todo entendimento.
Tenha fé!