g1 -19/01/2020 14:57
Setenta e cinco integrantes de uma facção criminosa
brasileira fugiram por um túnel da Penitenciária Regional de Pedro Juan
Cabellero, no Paraguai, que fica na fronteira com a cidade brasileira de Ponta
Porã (Mato Grosso do Sul), na madrugada deste domingo (19).
A ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Perez, informou pela
manhã que 91 presos conseguiram escapar da prisão por volta das 4h (3h, em
Ponta Porã) e disse que eles são integrantes do Primeiro Comando da Capital
(PCC). Mais tarde, a procuradora Reinalda Palacios declarou que o número de
fugitivos foi atualizado para 75, de acordo com o jornal "ABC Color".
Uma lista de foragidos brasileiros e paraguaios foi
divulgada pelo Ministério da Justiça. Entre eles, estão o brasileiro Timóteo
Ferreira, apontado como líder da facção dentro do presídio, e seis supostos
integrantes do grupo de matadores de aluguel ligados ao tráfico
"Minotauro". Eles atuam na fronteira e na semana passada buscavam
deixar a prisão com uma ordem judicial.
O Ministério Público informou que vídeos das câmeras de segurança do presídio mostram uma movimentação intensa desde as 4h deste domingo. Para a promotora, é impressionante que os guardas não tenham agido diante das imagens que tinham à disposição.
Cinquenta dos detidos estavam em um piso superior e 25 no
inferior, onde o túnel foi cavado. Para ter acesso ao piso inferior, os
detentos devem passar por um portão, que deve permanecer trancado.
O que chamou a atenção dos promotores foi que esse portão
estava trancado no momento em que Ministério Público foi visitar o local após a
fuga.
As autoridades paraguaias investigam se houve uma rede de corrupção que facilitou a fuga. A ordem de captura dos foragidos deve ser emitida em algumas horas. Até a última atualização dessa matéria, nenhum deles havia sido recapturado.
Crise na segurança
A ministra da Justiça afirmou ainda nesta manhã que sua
pasta denunciou ao Ministério Público um suposto plano de fuga e pagamento de
80 mil dólares (mais de R$ 330 mil) por parte de integrantes da facção
criminosa para os funcionários da prisão regional de Pedro Juan Caballero, de
acordo com o jornal "La Nación".
Na ocasião, foi recomendado um aumento na segurança interna
e externa ao centro de detenção. Porém, segundo ela, instituições envolvidas no
serviço de segurança interna do país não tomaram medidas de precaução. Após a
fuga, ela disse que colocou o cargo à disposição do presidente Mario Abdo
Benítez.
Segurança do lado
brasileiro
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública
(Sejusp) de Mato Grosso do Sul informou que está em contato com as autoridades
paraguaias. O policiamento
em Ponta Porã e Dourados, maior cidade da região e possível destino de
fugitivos, foi reforçado com equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil.