hoje mais -04/03/2020 18:16
Um advogado de 36 anos, que vive em união estável com duas
mulheres em Castilho, foi esfaqueado durante briga com uma das companheiras dele, de 25 anos. A
acusada chegou a ser levada para a delegacia em Andradina presa em flagrante
pela Polícia Militar, mas o delegado plantonista entendeu que ela agiu em
legítima defesa e a liberou após o registro da ocorrência.
A mulher contou aos policiais militares que vive em união
estável com o advogado, que também vive em união estável com outra mulher,
identificada por ela apenas pelo primeiro nome. Essa situação é legal e
registrada em cartório, de acordo com a investigada, que tem dois filhos com o
advogado, um de 1 e outro de 3 anos de idade.
Passeio em família
De acordo com a mulher, ela, o companheiro e a outra
companheira dele saíram com as crianças no sábado para passar o dia em um
balneário em Três Lagoas (MS).
Na volta para casa, a família passou por um bar em Andradina
e terminou a recreação em outro bar, já na cidade de Castilho, por volta das 2h
de domingo.
Ao deixarem o bar, o advogado passou na casa da companheira
que não tem filho com ele para deixá-la. Em seguida, foi para a casa da mãe dos
filhos dele onde, por ciúmes, iniciaram uma discussão.
Durante a briga, na madrugada de domingo (1), a mãe dos
filhos dele disse que deu um soco no companheiro, que por revide, passou a
agredi-la. Na versão dada por ela, a facada aconteceu quando ela armou-se para
se defender das agressões sofridas por parte dele.
Após detê-la, os policiais militares estiveram no
pronto-socorro de Castilho e falaram rapidamente com o advogado, que alegou que
apenas se defendeu das agressões sofridas por parte da mãe dos filhos dele.
Legítima defesa
A investigada foi apresentada na delegacia, onde repetiu a
versão dada aos policiais militares anteriormente.
Ela informou que ela e a outra companheira do advogado
ingeriram bebidas alcoólicas durante o passeio, mas que em momento algum elas
discutiram.
Porém, durante o dia, essa outra mulher teria relatado que
era agredida pelo companheiro, que pretendia deixá-lo e terminar a relação a
três.
Segundo a mãe dos filhos do advogado, a discussão entre ela
e ele se deu quando ela teria comentado com ele sobre a possibilidade de ele
deixar a outra companheira.
Soco
A mulher confirmou ter agredido o companheiro com um soco,
fazendo com que ele revidasse. Como os ânimos se alteraram, ela foi para a
cozinha, onde teria sido novamente agredida com socos na cabeça e na nuca.
Por ser menor do que o companheiro, ela armou-se com a faca
e o golpeou na barriga uma única vez, na versão dada por ela.
Após ouvir o depoimento da mulher no plantão policial da
Delegacia Seccional de Andradina, equipes de investigadores foram à Santa Casa
para tentar ouvir o advogado. Porém, ele estava no Centro Cirúrgico e não pode
dar a versão dele.
Os policiais civis estiveram na residência do casal e não
encontraram marcas de sangue. A faca que teria sido utilizada pela mulher foi
apreendida, mas também estava limpa.
Lesões leves
Um médico legista esteve no plantão policial e emitiu laudo
provisório de lesão corporal leve na investigada, que apresentava marcas
escuras nas pernas e nos braços, próximo à altura dos ombros.
Uma conselheira tutelar acompanhou o registro da ocorrência,
até definir qual seria o destino dos filhos do casal.
Porém, ao analisar tudo o que foi apurado, o delegado
plantonista considerou que a mulher apenas se defendeu das agressões sofridas
por parte do companheiro.
Assim, tendo ela agido em legítima defesa, foi liberada após
o registro do boletim de ocorrência.
Os filhos do casal foram entregues a ela, que requereu à
Justiça das medidas protetivas previstas na lei Maria da Penha, para que o
companheiro se mantenha afastado assim que deixar o hospital.