r7 -27/02/2022 16:34
Os atletas brasileiros que atuam na Ucrânia têm vivido dias
de terror após a invasão russa. Nas redes sociais, o atacante Guilherme
Smith, ex-Botafogo, que defende o Zorya, relatou ter sido impedido de
atravessar a fronteira com a Polônia após caminhar 60 quilômetros.
"Essa noite foi a noite mais triste da minha vida, e
com certeza a pior. A divisa da Ucrânia com a Polônia não é nada do que falam,
andamos 60 km para chegarmos lá e, quando chegamos, fomos tratados como lixo,
dormimos na rua e quase congelamos. Por sorte, conseguimos acender uma
fogueira. Muito triste, a gente não sabe mais o que fazer nessa situação",
escreveu o jogador.
Segundo o atleta, o grupo foi barrado "com
agressividade" por policiais quando faltavam poucos quilômetros para
chegar à fronteira. Smith está junto dos também atletas Cristian Fagundes e
Juninho Reis, bem como da esposa e dos dois filhos de Juninho.
"Está muito cheio aqui, estamos agora na madrugada e
passando frio, é complicado, ninguém faz nada por nós, não sabemos mais o que
fazer. Espero que possam nos ajudar de alguma forma. A situação está
complicada", lamentou Smith.
Ao
amanhecer, os brasileiros pegaram um ônibus de volta a Lviv, onde foram
instalados em um hotel pelo Itamaraty. "A melhor decisão foi voltar e ver o
que conseguimos fazer para tentar sair novamente, estava muito difícil, muito
frio, não íamos conseguir ficar bem lá [na fronteira]", detalhou Juninho.
O presidente Jair Bolsonaro declarou neste sábado (26) que o
governo tem atuado para garantir a retirada em segurança de brasileiros que
estão na Ucrânia, país que foi invadido por tropas russas na última
quinta-feira (24). No Twitter, o chefe do Executivo afirmou que, “mesmo
diante de um cenário difícil, reforçamos: ninguém será deixado para trás”.
O presidente disse que 50 brasileiros que estavam no país,
incluindo jornalistas, estudantes, empresários e atletas, foram levados para
territórios vizinhos. Bolsonaro afirmou que acionou ministros, assessores e a
diplomacia para permitir que os brasileiros na Ucrânia deixem o local por vias
terrestres.