r7 -24/09/2023 10:42
O avanço da tecnologia sempre traz benefícios e prejuízos.
Foi assim ao longo de toda a história. Com a IA (inteligência artificial), não seria diferente.
Apesar de facilitar a vida dos programadores, por exemplo, a
ferramenta está sendo utilizada para aplicar golpes.
“A IA é a mais nova ferramenta dos criminosos para fazer
vítimas, principalmente em fraudes financeiras e, certamente, também é uma das
formas mais sofisticadas de aplicar golpes. Os criminosos estão acompanhando os
avanços na tecnologia e aprimorando técnicas, que se tornam cada vez mais
complexas”, explica Henrique Schneider, presidente-executivo da Netfive,
empresa especializada em segurança da informação.
Como os criminosos usam as IAs
Um dos principais golpes aplicados com a ajuda da
inteligência artificial é a manipulação ou simulação da voz. Há programas
capazes de “clonar” uma voz, tendo como base um áudio de poucos segundos.
Assim, criminosos conseguem imitar desde o tom de fala, até
pausas e a respiração da vítima e tornam pedidos de dinheiro muito mais
convincentes, ao enviar áudios para amigos e familiares ou efetuar ligações que
enganam até as pessoas mais próximas devido à semelhança com a voz real.
Outro tipo de fraude que utiliza a inteligência artificial é a técnica da
deepfake, que substitui rostos e cria, assim, imagens e vídeos falsos. A IA
consegue colocar um rosto no lugar de outro e simular falas e movimentos
corporais, o que torna os vídeos bem realistas.
Essa técnica pode ser usada para fraudar sistemas de
biometria facial, por exemplo, frequentemente utilizada como etapa de segurança
para o acesso a contas bancárias ou aplicativos e sites que exigem o
reconhecimento facial.
Além disso, a criação de fotos e vídeos falsos por meio da deepfake também pode
facilitar golpes como o do falso sequestro, na medida em que criminosos
conseguiriam gerar imagens para manipular familiares e induzi-los a fazerem
transferências bancárias ou passar dados como forma de pagar pelo resgate de um
parente.
Saiba como se proteger
Para o executivo, os avanços da tecnologia exigem que
tenhamos um cuidado cada vez maior com nossos dados.
“Atualmente, os criminosos não estão empenhados em roubar apenas nossas senhas
e dinheiro, mas também nossa imagem e até nossa voz. Por isso, redobre os
cuidados ao postar algo nas suas redes sociais, principalmente se seu perfil
for público, porque assim, suas informações ficam muito mais expostas e podem
ser acessadas por qualquer pessoa”, alerta Schneider.
Além disso, ele recomenda muita atenção e uma certa dose de
desconfiança ao receber mensagens de familiares e amigos pedindo dinheiro.
Nesses casos, tente contatar diretamente a pessoa. Se for pessoalmente, melhor.
Também é possível combinar previamente uma palavra de
segurança entre os familiares ou amigos, para ser usada como forma de confirmar
a identidade da pessoa.
Desconfie também de mensagens (SMS ou no WhatsApp) e e-mails
com links, principalmente de remetentes que sejam diferentes dos canais
oficiais das empresas. Procure sempre contatá-los por esses canais e se
possível, resolva pendências presencialmente, sobretudo as que envolverem
questões financeiras.
Ainda, não forneça dados como CPF e número do cartão nem
faça transferências para desconhecidos.