afp -25/04/2021 16:59
Pelo menos 82 pessoas morreram e 110 ficaram feridas no
domingo (25) antes do amanhecer em um incêndio em um hospital para pacientes
com covid-19 em
Bagdá, um drama que provocou a ira dos iraquianos e pede a renúncia dos
responsáveis.
O incidente foi causado por cilindros de oxigênio
"armazenados sem respeitar as condições de segurança" no hospital Ibn
al-Khatib em Bagdá, disseram fontes médicas à AFP.
"O Ministério do Interior anuncia a morte de 82 pessoas
e 110 feridos no incêndio acidental" do hospital, disse ele em um
comunicado divulgado pela mídia estatal.
Muitas vítimas estavam sob ventilação quando os cilindros de
oxigênio explodiram, causando um incêndio que se espalhou rapidamente, de
acordo com médicos e bombeiros.
Um primeiro balanço, de fontes médicas, relatou 23 mortes e,
posteriormente, um segundo, com uma fonte oficial, aumentou para 53 mortes.
Essa tragédia gerou uma onda de raiva entre os iraquianos,
depois que fontes médicas a atribuíram à negligência, muitas vezes ligada à
corrupção endêmica que assola o país. "Renúncia do Ministro da Saúde"
liderou as palavras-chave no Twitter no Iraque.
Esta é mais uma desgraça em um país de 40 milhões de pessoas
cujo sistema de saúde nunca se recuperou de quatro décadas de guerra.
O primeiro-ministro Mustafa Al Kazimi anunciou três dias de
luto nacional e a abertura de "uma investigação imediata", cujos
resultados ele deseja "em 24 horas".
O primeiro-ministro suspendeu de suas funções o chefe da
saúde do setor oriental de Bagdá, o diretor do hospital e os chefes de
segurança e manutenção técnica. Eles estão sendo interrogados e ninguém, disse
ele, poderá ser libertado "até que os culpados sejam julgados".