r7 -18/04/2022 22:03
O Ministério Público de Minas Gerais denunciou a falsa enfermeira acusada de enganar empresários de Belo
Horizonte na venda de vacinas contra a Covid-19. O documento de denúncia
foi encaminhado no dia 8 deste mês e protocolado pelo TJMG (Tribunal de Justiça
de Minas Gerais). Agora, caso o pedido seja acatado pelo juiz, o processo
criminal terá início.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal concluiu o inquérito que apurava o esquema de
imunização. Em março de 2021, Cláudia Mônica Torres se passou por profissional
da saúde e aplicou em pessoas outra substância em vez da dose contra a Covid.
Os investigadores acreditam que o líquido ministrado era soro fisiológico.
Cláudia foi indiciada por estelionato, associação criminosa,
ocultação de bens e falsificação de documentos, por ter assumido a identidade
de enfermeira. Outros envolvidos no caso, incluindo parentes que teriam ajudado
a investigada, também devem responder por estelionato, associação criminosa e
ocultação de bens.
Procurado pela reportagem, o advogado Bruno Agostini, que
representa Cláudia Torres, informou que ainda não foi intimado sobre a
denúncia. Ele afirma que a defesa só irá se manifestar quando for notificada.
O esquema foi revelado em março de 2021, quando um grupo de
empresários foi à garagem de uma empresa de ônibus em Belo Horizonte para
receber a suposta vacina contra a Covid-19. Familiares e amigos deles também
estiveram no local. Na época, o grupo ainda não havia sido convocado pela
campanha de imunização do governo federal.
Um vídeo obtido em primeira mão pelo R7 mostra o
momento em que uma fila de carros se forma em frente à empresa, localizada na
região noroeste da capital mineira. Dentro da garagem, Cláudia Mônica retirava
seringas de uma caixa térmica e aplicava a "vacina" nas pessoas.
Durante a investigação, Cláudia, um filho e um genro dela
foram presos. Eles já foram soltos e estão respondendo em liberdade. Dados
levantados pela corporação mostram que a mulher, que na verdade é cuidadora de
idosos, também fez atendimento em domicílio. Um vídeo gravado pelo porteiro de
um prédio de luxo em BH flagra a investigada detalhando o produto oferecido.
A mulher cobrava R$ 600 pelo medicamento, que, segundo a PF,
era falso. Os agentes encontraram seringas e soro fisiológico na casa de
Cláudia.