r7 -16/05/2022 20:13
A polícia de São Paulo prendeu na tarde desta segunda-feira
(16) Paulo Cupertino Matias, acusado do assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais dele.
Cupertino foi detido no Jardim Miriam, zona sul de São Paulo
(SP), no 98º DP, e encaminhado ao Palácio da Polícia, na região central da
capital paulista.
As informações foram confirmadas por uma fonte do DHPP
(Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) à Record TV.
Cupertino estava foragido havia quase três anos por causa do
assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais dele, crime cometido em 9 de junho
de 2019.
Cupertino já havia sido denunciado pelo Ministério Público
de São Paulo à Justiça. A acusação é de triplo homicídio duplamente
qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das
vítimas.
O último paradeiro do suspeito do qual se tinha
notícia havia sido a cidade de Yataity del Norte, no Paraguai, em
dezembro de 2020, quando foi reconhecido em uma fazenda de soja.
Até ser detido na tarde de hoje, Cupertino era considerado
pela Polícia Civil de São Paulo o criminoso mais perigoso no estado.
O crime
Na noite de 9 de junho de 2019, o ator Rafael Miguel, de 22
anos, e seus pais, João Aloizio Miguel, de 52 anos, e Mirian Selma Silva
Miguel, de 50 anos, foram mortos a tiros na casa de Isabela Tibcherani,
namorada de Rafael e filha de Paulo Cupertino.
Conhecido pelas atuações na novela Chiquititas, do SBT,
e por comerciais de TV, o ator havia ido junto de seus pais à casa da namorada
para conversar com Cupertino, seu sogro, sobre a relação com a jovem.
O pai de Isabela foi apontado como o responsável pelos
assassinatos. Segundo a própria família, Cupertino era um homem agressivo e já
havia proibido a relação entre a filha e o ator.
Um laudo elaborado pela Polícia Técnico-Científica de São
Paulo revelou que o atirador disparou 13 vezes: Rafael foi atingido por sete
tiros — um na cabeça, outro no peito, três nas costas e dois no braço esquerdo.
João Aloizio, o pai, foi baleado quatro vezes (uma no peito, duas no braço
esquerdo e uma no braço direito), e Mirian, a mãe, duas (no peito e no ombro).
Isabela relatou à Record TV que, na noite do
crime, Cupertino a tirou do carro do sogro e a jogou para dentro de casa. Foi
neste momento em que ela ouviu os disparos, e instantes depois ela saiu de
casa, encontrando o namorado e os sogros no chão, baleados. O pai, segundo a
jovem, já não estava mais lá.
Em junho do ano passado, durante entrevista ao R7,
Isabela disse que a prisão do pai seria um grande alívio no peito, mas que
nenhuma ação poderia reparar a vida de seu namorado e dos sogros.
"Tudo isso impactou a minha vida muito e principalmente
na minha construção pessoal, no meu processo de amadurecimento e de
reconhecimento como pessoa. Até hoje, às vezes, sinto certa dificuldade em me
ver digna de ser feliz. Por isso, faço o acompanhamento psicológico. O trauma
de tudo que foi visto e vivido, desde aquele dia, é muito mais intenso do que
as pessoas imaginam. São sequelas que vou levar para a vida", revelou a
jovem.
"É muito difícil buscar uma imagem afetiva de
pai", diz filha de Paulo Cupertino