g1 -03/12/2020 16:56
Um dos presos pela Polícia Civil por assalto a uma agência
bancária em Criciúma (SC) pertence ao Primeiro Comando da Capital
(PCC), uma conhecida facção criminosa de São Paulo. [Veja imagens
acima]. Ele teria participado da tentativa
de fuga de um dos chefes da facção, conhecido como Marcola. Ao todo, nove
pessoas já foram presas pelo ataque a banco em Criciúma.
A polícia não informou o nome do suposto integrante de
facção, nem qual seria a tentativa de resgate que ele participou, mas o G1 apurou
ser Márcio Geraldo Alves Ferreira, conhecido como Buda. O G1 tenta
localizar a defesa de Márcio.
Na última segunda-feira, (30), cerca de 30 pessoas
encapuzadas assaltaram a agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma. A
ação durou 1 hora e 45 minutos. Pessoas foram feitas reféns e cercadas por
criminosos. Houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia (veja
detalhes no vídeo abaixo).
Os criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada
pelas ruas. O valor levado e abandonado não foi informado. Após a ação, 10
carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade
privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.
Questionado durante coletiva de imprensa na manhã desta
quinta-feira (3) sobre possível envolvimento de um dos presos com o Primeiro
Comando da Capital (PCC), conhecida organização criminosa de São Paulo, o
delegado João Paulo Abreu, chefe do DEIC de Porto Alegre, destacou que ele
está "intensamente relacionado a essa organização criminosa". O
homem foi detido na manhã desta quinta, em
uma casa em Gramado, na serra gaúcha.
"Uma pessoa localizada dentro do imóvel, essa pessoa em
tese, já comparando com a imagem que me foi trazida ontem [quarta], seria um
faccionado da organização criminosa que atua lá em São Paulo. Inclusive já
participou de uma tentativa de resgate do líder dessa organização criminosa que
atua em São Paulo", destacou o delegado.
Ele foi levado a Porto Alegre durante a tarde.
O secretário de Segurança Pública e vice-governador do RS,
Ranolfo Vieira Jr. falou sobre o grande potencial do crime.
“O perfil [dos criminosos] está sendo feito. Não tem dúvida
alguma do potencial da ação. Nove carros blindados, organização completa.
Possibilidade muito presente de uma organização criminosa”
Prisões e galpão encontrado
Dois dos suspeitos foram localizados em Gramado, na Serra do
Rio Grande do Sul, na manhã desta quinta-feira (3), segundo a Chefe da Polícia
Civil, Nadine Anflor.
Outros sete foram presos entre a tarde de quarta (2) e a
madrugada desta quinta, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em cidades
do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Os suspeitos são de São Paulo (8) e
Minas Gerais (1).
Mais cedo nesta quinta-feira, um homem foi preso em uma casa
localizada entre os municípios de Morrinhos do Sul (RS) e Três Cachoeiras (RS),
às margens da BR-101.
Segundo o comandante geral da Brigada Militar, coronel
Rodrigo Mohr Picon, na casa foram encontrados objetos com características
semelhantes aos utilizados no assalto. "Uniformes, material pra uso de
explosivos, tinta spray. Várias características que poderiam estar envolvidos
nessa ação. Também havia vestígios de sangue na casa".
Dois paulistas, de 30 e 44 anos, foram presos na tarde de
quarta, na BR-116, em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Nosso serviço de inteligência chegou a informação de que um
veículo que foi abordado, um HB20, tinha uma possível vinculação, direta ou
indireta com a ação delituosa. Foi feita a interceptação em São Leopoldo e já
condenamos com a Polícia Civil esse intercâmbio de informações e o
desdobramento dessa ocorrência", destaca o superintendente da PRF, Luis
Reichack.
Os dois tem antecedentes criminais, segundo a delegada
Nadine. "Antecedentes de receptação, roubo. Não antecedentes diretamente
de roubo a banco. O veículo hb20 era justamente o batedor. Foi o veículo
utilizado para trazerem todos os demais veículos de Criciúma", diz.
Os homens decidiram permanecer em silêncio no
interrogatório. Com eles foram apreendidos celulares e R$ 8 mil em dinheiro.
"Se lavrou o flagrante pelos crimes de participação em organização
criminosa e coautoria pelo roubo a banco em Criciúma", diz a delegada.
Na tarde de quarta-feira (2), uma
mulher de 31 anos foi presa em São Paulo suspeita de participação no mega-assalto.
Ela foi localizada, após uma denúncia, no Jardim Reimberg, Zona Sul da capital
paulista. Com a mulher, os policiais encontraram malotes de dinheiro do Banco
do Brasil, que serão periciados.
Na terça-feira (1°), um galpão
usado pelos criminosos foi encontrado pela Polícia Militar na cidade
vizinha de Içara, a cerca de 9 quilômetros de Criciúma.