r7 -11/03/2022 10:57
Após duas semanas de guerra, as Forças Armadas da Rússia
iniciaram nesta sexta-feira (11) ofensivas contra cidades do oeste da Ucrânia,
região que até agora vinha sendo poupada dos bombardeios.
Explosões foram registradas em Ivano-Frankivsk e Lutsk, que
ficam, respectivamente, a 130 e 150 km de Lviv, metrópole considerada a
"capital cultural" do país e destino de milhares de deslocados
internos nas últimas semanas.
A Rússia confirmou os bombardeios, afirmando que foram
efetuados ataques com mísseis de "longo alcance e alta precisão"
contra "pequenos aeroportos". Em Lutsk, a prefeitura pediu aos
cidadãos que procurassem abrigos antibombas e contabilizou a morte de pelo
menos dois soldados.
"Hoje, às 5h45 [0h45 em Brasília], houve três
explosões. Três mísseis atingiram nosso aeroporto", declarou o prefeito
Ihor Polishchuk.
As operações desta sexta-feira indicam um avanço da Rússia
para a parte ocidental da Ucrânia, após duas semanas de combates concentrados
no leste, na costa do mar Negro e do mar de Azov, em Kharkiv, a segunda cidade
mais populosa do país, e nos arredores da capital, Kiev.
Além disso, a ofensiva levanta o temor de possíveis ataques
contra Lviv, que virou refúgio de ucranianos de outras partes da Ucrânia e se
tornou sede de embaixadas estrangeiras nas últimas semanas.
Em outra frente, a Rússia atacou a cidade de Dnipro, no
centro do país e que também não tinha sido bombardeada. Segundo fontes locais,
três explosões atingiram uma fábrica de calçados, uma creche e um condomínio.
Além disso, milícias pró-Rússia do Donbass reivindicaram a
tomada de Volnovakha, 65 km ao norte de Mariupol, que está cercada pelos
invasores há quase duas semanas. Em Kharkiv, as autoridades ucranianas
denunciaram um ataque contra um instituto de tecnologia e física que abriga
reatores nucleares experimentais.
Já em Mariupol, uma das cidades mais atacadas pelas tropas
russas, mais de 1.200 corpos foram retirados das ruas e começaram a ser
enterrados em valas comuns. "O mundo deve saber: estamos enfrentando
um Estado terrorista", disse o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski,
em um novo vídeo.
De acordo com a ONU, a guerra na Ucrânia gerou até o momento
mais de 2,5 milhões de refugiados – mais da metade dessas pessoas (1,5
milhão) fugiu para a Polônia. Já a Rússia afirma que mais de 220 mil indivíduos
foram retirados para seu território a partir do Donbass e do restante da
Ucrânia – as Nações Unidas dizem que o número de refugiados ucranianos na
Rússia é de cerca de 106 mil.