r7 -05/03/2022 14:10
O atentado suicida de sexta-feira (4) contra uma mesquita
xiita de Peshawar, noroeste do Paquistão, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico,
deixou até o momento 62 mortos, segundo um balanço atualizado divulgado pela
polícia.
A polícia divulgou imagens de uma câmera de segurança que
mostram o momento em que um homem, com traje tradicional, é morto por dois
policiais ao entrar na mesquita no bairro Risaldar, em Peshawar.
Ele detonou um cinto de explosivos repleto de peças de metal
que se dispersaram pelo edifício, que estava lotado, antes do início da oração
de sexta-feira.
"Há sete corpos irreconhecíveis, incluindo dois pés
amputados, que acreditamos ser do homem-bomba", disse Muhammad Ijaz Khan,
chefe da polícia de Peshawar.
"Estamos tentando estabelecer a identidade do autor a
partir de testes de DNA", acrescentou. Ijaz afirmou que entre as 62
vítimas fatais estão sete crianças de menos de 10 anos. O balanço anterior
citava 56 mortos.
Esse é o ataque mais violento na região desde 2018, quando
um atentado - também reivindicado pelo EI - contra um comício eleitoral em
Mastung, na província de Baluchistão (sudoeste) matou 149 pessoas.
Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi
cenário de atentados diários durante a primeira metade da década de 2010, mas,
nos últimos anos, a segurança melhorou consideravelmente.
O último ataque do tipo havia acontecido em novembro de
2018, quando 31 pessoas morreram em um atentado suicida em um mercado da
cidade.
Os xiitas do Paquistão já foram alvos do grupo Estado
Islâmico no passado. O braço local, Estado Islâmico-Khorasan (EI-K),
reivindicou a autoria de diversos atentados no país nos últimos anos.
Além disso, o Paquistão enfrenta há muitos anos o retorno do
'Tehreek-e-Taliban Pakistan' (TTP), os talibãs paquistaneses, galvanizados pela
chegada ao poder dos talibãs no Afeganistão em agosto do ano passado.