terra -22/05/2020 08:50
Após uma votação que entrou pela madrugada, a Assembleia
Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta sexta-feira, 22, a antecipação
do feriado de 9 de Julho para a próxima segunda-feira, 25. Com isso,
a capital paulista deve ter um dia a mais no feriadão prolongado de seis dias,
proposto pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e pelo governador João Doria (PSDB)
para estimular a população a ficar em casa e frear o contágio do novo
coronavírus.
O placar ficou em 47 votos a favor do feriado antecipado e 5
votos contra. Deputados baseados no litoral do Estado protestaram contra a
medida, sustentando que os feriados já implementados na capital levaram a um
aumento de fluxo em direção a estâncias turísticas nos últimos dias.
Mas o projeto ganhou apoio até de partidos da oposição, como
o PT, que votou a favor, não sem criticar o comportamento do governo. "Sim
ao feriado, mas também que o governo tente corrigir o que foi feito de forma
atabalhoada, que amanhã sente numa mesa e ajude os prefeitos do litoral para
ter uma medida, uma propaganda educacional, que fique em São Paulo, que fique
em casa, para aumentar o isolamento", disse o deputado Ênio Tatto (PT).
A bancada petista chegou a propor, em uma emenda ao projeto,
que o governo estadual adotasse medidas complementares ao feriado antecipado,
como a restrição do tráfego de veículos em estradas e rodovias e a construção
de barreiras sanitárias permanentes no acesso aos litoral. O deputado Paulo
Fiorilo (PT) chegou a propor que o governo adotasse um bloqueio total, o
chamado "lockdown", mas a medida não ganhou adesão.
Deputados do PSL criticaram duramente a medida do governo. A
deputada Letícia Aguiar (PSL) foi contra a antecipação do feriado. "Não
iremos acatar tudo que mandam pra cá. As pessoas que tem casas de veraneio e
chácaras vão se transferir para lá no feriado. Precisamos evitar isso".
O relator do projeto foi o próprio líder do governo Doria na
Alesp, deputado Carlão Pignatari (PSDB), que orientou a aprovação do projeto na
íntegra e sem a inclusão de nenhuma emenda.
Apreciação de emendas
Após a aprovação do projeto, o presidente da Alesp, Cauê
Macris (PSDB), iniciou uma sessão extraordinária para apreciar as emendas. mas
encerrou a votação por falta de quórum. Sem a conclusão da votação, o projeto
não pode seguir para a sanção do governador João Doria. Uma nova sessão está
marcada para esta sexta-feira, às 10h.